O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quinta-feira (16) a primeira lei que regulamenta a reforma tributária dos impostos sobre consumo, aprovada pelo Congresso em dezembro. A sanção, realizada no Palácio do Planalto, incluiu vetos a dispositivos do texto.
A lei estabelece as regras de funcionamento do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA), dividido em duas modalidades: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), estadual e municipal. Esses tributos substituirão cinco impostos atualmente cobrados sobre consumo: IPI, PIS/Cofins, ICMS e ISS.
De acordo com Bernard Appy, secretário extraordinário da reforma tributária, o governo divulgará em breve a alíquota padrão do novo IVA, que deve ficar em torno de 28%. Caso confirmada, será a maior alíquota do mundo, ultrapassando os 27% praticados na Hungria, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Um dos pontos mais debatidos no Congresso foi a inclusão de benefícios tributários à Refinaria da Amazônia (Ream), localizada na Zona Franca de Manaus e pertencente à distribuidora de combustíveis Atem. A decisão de manter o benefício foi tomada para evitar uma ampliação do acesso de outras empresas à mesma isenção. Segundo Cesar Carrijo Capi, integrante do Ministério da Fazenda, o veto a esse dispositivo poderia causar insegurança jurídica.
Bernard Appy classificou a reforma como uma "revolução no sistema tributário brasileiro" e destacou a relevância do trabalho conjunto entre governo, sociedade civil e parlamento. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que a eleição de Lula foi fundamental para viabilizar a aprovação da reforma e sua regulamentação.