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Operadores logísticos devem apostar na cooperação para crescerem em 2023, aponta Abol

Associação acredita que as empresas terão que enfrentar pelo menos até março, o aumento dos combustíveis
Por Redação em 19 de dezembro de 2022 às 17h00 (atualizado às 17h21)
Operadores logísticos devem apostar na cooperação para crescerem em 2023, aponta Abol

Se em 2022, os operadores logísticos do Brasil enfrentaram cenários desafiadores devido a fatores externos domésticos e internacionais, o ano de 2023 não deverá ser muito diferente, de acordo com a avaliação da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol). Com isso, a entidade aposta na "cooperação" como uma palavra-chave balizadora para qualquer relação dos OLs.

Essa relação de "cooperação" deverá se estender não apenas com clientes, mas também com outros parceiros armazenadores e transportadores, fornecedores, além de órgãos fiscalizadores, para que possam seguir expandindo seus negócios, tanto no que se refere à infraestrutura, quanto ao portfólio de soluções a serem ofertadas no mercado.

“Estamos otimistas de que a economia nacional vai se recuperar e que continuaremos a ser um importante motor para o desenvolvimento do Brasil, uma vez que geramos 2 milhões de postos de trabalho, entre diretos e indiretos. Do ponto de vista de estratégia de expansão, os OLs terão um claro desafio quanto aos tipos de nichos e embarcadores que vão querer concentrar mais, uma vez que a pandemia trouxe novos outros players e demandas ao segmento", disse Marcella Cunha, diretora executiva da Abol.

 

E-commerce

Entre as pautas para 2023 está o e-commerce. Segundo Marcella, as empresas que começaram a oferecer serviços logísticos para esse segmento, pela primeira vez, devido à pressão da Covid-19, terão que avaliar os resultados disso no médio e longo prazos.

“Vão precisar avaliar se o custo-benefício de ter uma operação complexa e exclusiva para este tipo de transação compensa ao longo do tempo, uma vez que requer – e exigirá mais – investimentos em tecnologia, última milha, entre outros. Em 2020, 26% dos Operadores Logísticos do Brasil atuavam no segmento de vendas online e, até o início de 2022, o percentual subiu para 42%”, aponta Marcella.

 

Aumento dos combustíveis

Para a Abol, pelo menos até o fim do primeiro trimestre, os operadores logísticos deverão lidar com o aumento dos combustíveis. De acordo com o Instituto de Logística e Supply Chain (ILOs), esses aumentos são previstos devido o país ter uma defasagem de 10% no valor do combustível em relação a outros países.

 

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Em 2022, o aumento constante dos preços dos combustíveis contribuiu para o crescimento dos custos logísticos para 13,7% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme os dados da pesquisa “Panorama do Transporte de Cargas no Brasil”, elaborada pelo ILOs. 

 

Criação do marco regulatório do setor

A expectativa da Abol é que neste ano, o segmento comemore a criação do marco regulatório, com o avanço do Projeto de Lei 3757/2020 na Câmara dos Deputados. A expectativa da associação é que após a regulamentação da atividade, haja uma redução da burocracia, atraindo novos investimentos.

“Há um desconhecimento generalizado sobre o papel do Operador Logístico, pois é um segmento sem regramento jurídico claro e com diversas Classificações Nacionais de Atividade Econômica (CNAEs). Conseguimos a aprovação do PL na Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara e a Abol seguirá com sua missão de  demonstrar a importância dos OLs para a sociedade brasileira”, explicou a diretora executiva da associação.

 

Desafios enfrentados em 2022

No mercado interno, o ano também foi marcado por paralisações de estradas e acessos importantes a portos pelos caminhoneiros, gerando um forte impacto também no abastecimento de produtos e insumos importantes para a sociedade. De acordo com a Abol, a cada 1 dia de paralisação, os OLs levam 4,2 dias para se recuperarem e, para 38% deles, as perdas financeiras geradas são irrecuperáveis.

Já no mercado externo, os OLs tiveram que lidar com os lockdowns na China, a Crise de Contêineres e a guerra entre Rússia e Ucrânia. Fatores, que inclusive, eram imprevisíveis e que geraram alguns desequilíbrios no supply chain global.

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