A reforma tributária em curso no Brasil está intensificando o debate sobre a importância da logística na competitividade de Santa Catarina. Com as mudanças no sistema de arrecadação, que passará a priorizar o local de consumo, o estado enfrentará novos desafios para manter sua atratividade econômica. Essa foi a conclusão de uma reunião promovida pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) nesta segunda-feira, 9, que destacou o papel estratégico do Plano Estadual de Logística e Transportes (PELT).
Renato Lacerda, presidente da Invest SC, afirmou que Santa Catarina pode sofrer perdas iniciais de arrecadação, já que produz mais do que consome. “Sem os incentivos fiscais, nossa capacidade de atrair empresas dependerá da infraestrutura e logística, que serão diferenciais para gerar empregos e investimentos”, explicou.
O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, enfatizou que o planejamento técnico da infraestrutura de transportes corrige uma deficiência histórica. Segundo ele, a logística será um critério decisivo para empresas na escolha de seus investimentos, especialmente após as mudanças tributárias.
Além do cenário nacional, Santa Catarina também enfrenta desafios globais. Rodrigo Prisco Paraíso, diretor de atração de investimentos da Invest SC, destacou a necessidade de preparar a logística para competir internacionalmente. Ele citou a reorganização das cadeias globais de suprimentos como uma oportunidade que o estado não pode perder.
Integração regional como estratégia
Durante a reunião, o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias de SC, Ivan Amaral, informou que os três estados do Sul estão desenvolvendo planos estaduais de transporte e logística. Há estudos para a criação de um plano integrado que atenda às principais demandas e potencialidades da região. Amaral também mencionou esforços conjuntos entre SC, PR e RS para negociar a extensão do contrato de concessão da Malha Sul, ferrovia que corta os três estados e é administrada pela Rumo.
Demanda por profissionais no setor
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o setor de logística será o que mais demandará profissionais em Santa Catarina nos próximos anos. Entre 2025 e 2027, a indústria do estado precisará de cerca de 224,9 mil trabalhadores em funções como técnico de controle de produção, almoxarife, armazenista e motorista de cargas.