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CNT realiza levantamento sobre os impactos da Covid-19 no transporte

De acordo com os dados, transportadores mantêm as operações, mas estão pessimistas em relação ao futuro
Por Redação em 7 de abril de 2020 às 9h47

A Pesquisa de Impacto no Transporte Covid-19, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) de 1º a 3 de abril e publicada ontem, dia 6 de abril, revelou que mais de 90% dos transportadores estão pessimistas em relação ao futuro e avaliam que a pandemia do novo coronavírus terá impactos negativos em suas empresas.

Segundo o levantamento, 85,3% das empresas transportadoras perceberam redução na demanda em março de 2020 na comparação com o mesmo mês dos anos anteriores. O trabalho envolveu 776 empresas de cargas e de passageiros de todos os modais de transporte.

Dos transportadores entrevistados, 70,7% já estão enfrentando problemas de caixa e severo comprometimento da capacidade para realizar os pagamentos correntes, como a folha de pagamentos e os fornecedores. Além disso, 53,7% das empresas têm recursos para, no máximo, um mês de operação, sendo que 28,2% não suportam 30 dias sem apoio financeiro adicional.

Para 69,6% dos empresários consultados, os efeitos da crise serão percebidos por mais de quatro meses. Mesmo diante do cenário adverso, porém, as empresas do setor têm ajustado suas rotinas de trabalho de forma a manter seus empregados. A pesquisa mostra que 34,1% das empresas alternaram os funcionários em turnos de trabalho; 32,1% concederam férias coletivas; e 29,5% utilizaram banco de horas. Diante das dificuldades, contudo, 22,2% já realizaram demissões em março de 2020.

Para 51,9% dos transportadores consultados pela CNT, a medida mais importante para aliviar o problema de fluxo de caixa durante a crise é a disponibilização de linhas de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas de forma ampla e sem restrição ao porte da empresa. Também foi lembrada por 43,3% das transportadoras a suspensão da cobrança do PIS e da Cofins.

“É inegável que a crise da Covid-19 deixa os transportadores em uma situação de extrema dificuldade. Por isso, é urgente que o governo apresente planos de retomada gradual da economia, sempre conciliando a preservação da vida dos brasileiros com a sobrevivência das empresas, que são a base da sustentação socioeconômica do país”, declara o presidente da CNT, Vander Costa.

No caso das transportadoras, segundo o presidente da confederação, as ações governamentais precisam ter uma atenção especial. “Iniciativas como disponibilização, às empresas de transporte, de linhas de crédito e flexibilização na cobrança de impostos são imprescindíveis para que não haja interrupções na prestação dos serviços. Esse é o principal caminho para assegurar o abastecimento das cidades e a mobilidade das pessoas durante a pandemia”, completa Costa.

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