A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou, em abril, o estudo Logística Urbana: Restrições aos Caminhões?, que analisa as condições do transporte de carga em sete regiões metropolitanas no país: São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, Recife e Manaus.
Os resultados mostram que a urbanização acelerada do Brasil nas últimas décadas trouxe complexidade e desafios para a logística de abastecimento das cidades onde vivem 84% da população brasileira e circulam 96,7 milhões veículos automotores.
Nesse cenário, transportadores, gestores públicos e empresários lidam com variados graus de dificuldade para melhorar o transporte de cargas em centros urbanos. É preciso, portanto, compatibilizar as demandas do comércio e do setor de serviços, com a variedade e volume crescente de consumo da população e, ainda, com a necessidade de melhorar a qualidade de vida nas cidades, reduzindo os congestionamentos e a poluição ambiental.
O estudo constatou, por exemplo, uma variedade de regras e de restrições à circulação de caminhões em centros urbanos, somada a problemas de infraestrutura, sinalização e fiscalização, entre outras deficiências que têm impacto sobre a atividade transportadora. Isso dificulta o planejamento do transporte de cargas, aumenta os custos operacionais e diminui a qualidade dos serviços de abastecimento das cidades.
Segundo apontou o estudo da CNT, é preciso, entre outras ações, aprimorar as políticas públicas de trânsito, investir em infraestrutura, sinalização e fiscalização, ampliar vagas de carga e descarga e aumentar a segurança nas cidades, providências para que o transporte de mercadorias em centros urbanos seja mais rápido, eficiente e de baixo custo.
A análise da entidade apontou outras alternativas, como incluir o transporte de carga no planejamento urbano e nas políticas de trânsito, integrando todos os municípios das regiões metropolitanas, realizar gestão democrática e ampliar o controle social de todos os setores interessados – transportadores, embarcadores, compradores, fabricantes, distribuidores, empresas de transporte rodoviário de carga, autônomos, operadores logísticos, atacadistas, varejistas e consumidores finais.
Além disso, é necessário melhorar a sinalização e a fiscalização de trânsito e dar mais clareza e visibilidade às restrições ao transporte de carga, divulgando rotas alternativas e ampliando a fiscalização, especialmente nas áreas de carga e descarga.