No dia 4 de agosto aconteceu a reunião do Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado (Conet), no Rio de Janeiro, um evento tradicional do segmento de transporte rodoviário de cargas, que envolve líderes e empresários do setor para debater assuntos ligados à atividade.
Durante o encontro, Neuto Gonçalves dos Reis, diretor técnico da NTC&Logística, apresentou o índice de variação do frete brasileiro aferido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT). Já Lauro Valdívia, assessor técnico da NTC&Logística, revelou os dados da pesquisa de mercado realizada em parceria com a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT). A pesquisa envolveu 2.290 empresas de transporte rodoviário de cargas em todo o Brasil e apontou o cenário no primeiro semestre de 2017. “Houve uma leve melhora, mas a situação ainda é muito preocupante”, afirma Lauro.
Entre os números apresentados, foi analisada uma defasagem de 20,89% nos fretes de carga lotação e de 7,72% para carga fracionada. De acordo com a pesquisa, 70,5% das empresas entrevistadas tiveram queda no faturamento e 91% diminuíram de tamanho. “Esses números são consequência da crise, que diminuiu em grande escala o volume de carga transportada. Com isso, as empresas tiveram que se adequar e reduzir de tamanho”, explica Lauro.
Com a crise, toda a cadeia produtiva foi afetada e o pagamento do frete ficou prejudicado. 54,7% das transportadoras estão com fretes a receber em atraso, o que representa 14,3% do faturamento. Em média, as empresas demoram 26,7 dias para receber o pagamento. Como consequência disso, 38,7% delas estão com parte da frota parada e 33% sofrem com alguma ação trabalhista.
“Os dois últimos anos foram os piores já vividos pelo transporte rodoviário de cargas. Mas acreditamos na retomada da economia e, consequentemente, no crescimento do setor”, afirma José Hélio. “A expectativa é que o PIB seja positivo, trazendo uma maior confiança a todos”.