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Mercedes-Benz mostra sua fábrica em Juiz de Fora

Planta já produz o caminhão leve Accelo e o pesado Actros
Por Redação em 3 de maio de 2012 às 15h30 (atualizado em 14/05/2012 às 11h30)
A Mercedes-Benz do Brasil realizou hoje, dia 03 de maio, um evento para mostrar o trabalho que está sendo realizado em sua nova planta de fabricação de caminhões. Em operação com a nova configuração há 18 meses, a estrutura de Juiz de Fora (MG) era utilizada anteriormente como unidade fabril para a montagem de carros da marca alemã.
Mercedes-Benz mostra sua fábrica em Juiz de Fora
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A fábrica, que demandou investimentos de R$ 450 milhões, conta com uma área total de dois milhões de m², sendo 160 mil m² de área operacional e está apta para produzir o leve Accelo e o caminhão pesado Actros – modelos 6x2, 6x4 e 8x4. Segundo o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Jürgen Ziegler, trata-se de uma das fábricas de caminhão mais modernas do mundo. O vice-presidente e COO de Caminhões da montadora, Ronald Linsmayer, conta que a nova fábrica chega para operar em sinergia com a planta de São Bernardo do Campo (SP). “Trouxemos a fabricação do Accelo para Juiz de Fora a fim de ganharmos eficiência operacional”, diz. O executivo explica que o espaço anteriormente utilizado pela linha de montagem do veículo leve em São Bernardo será utilizado para maximizar a fabricação de agregados – motores, câmbios e transmissões –, reforçando, por exemplo, o trabalho de usinagem. Há outro objetivo com a inauguração. Linsmayer conta que, agora, os modelos do Actros serão produzidos com a utilização de CKD (Completely Knock Down) – conjuntos de partes para montagem. Antes, os veículos chegavam da Alemanha por CBU – montados. Além disso, a meta é ampliar o índice de nacionalização dos modelos. Ziegler anuncia que, hoje, o Actros possui 52% de peças nacionais e o objetivo é ampliar para 64% em 2013, chegando a 72% em 2014. A média de nacionalização nos outros veículos da montadora produzidos no País é de acima de 80%. O vice-presidente é otimista quanto às operações da unidade instalada no Estado de Minas Gerais. “Nossa capacidade de produção é de 50 mil unidades por ano”, diz. O crescimento do volume fabricado e a melhoria nos índices operacionais ainda não podem ser mensurados. Até o final de 2012 estão previstos 15 mil veículos, sendo três mil do modelo Actros e 12 mil Accelo. Linsmayer adianta outra novidade implementada na fábrica mineira. “Teremos um área para realizar a montagem bruta das cabines e outra para a pintura”, informa. Atualmente, a pintura do Accelo é feita em São Bernardo do Campo e a montagem da cabine do Actros é realizada com as peças provenientes da Alemanha. A expectativa é de que as duas atividades estejam em operação em Juiz de Fora em janeiro de 2013. A logística da fábrica também foi alterada. O vice-presidente explica que em Juiz de Fora serviços como administração do inventário, armazenagem, movimentação de peças e abastecimento de linha são realizados por operadores logísticos. “Assim temos mais flexibilidade operacional, além de controle e padronização dos processos”, comemora. Ziegler finaliza dizendo que a nova fábrica de caminhões chega para suportar as vendas no Brasil. Em 2011, diz, a montadora apresentou no País um crescimento de 50% frente ao resultado obtido pelas operações alemãs. Ao todo, foram 44.100 unidades comercializadas no Brasil, com 90% das compras de componentes sendo realizadas junto a fornecedores locais, num valor total de R$ 5 bilhões. A ideia é ampliar esta gama de empresas brasileiras parceiras para 95%. Conceitos da fábrica Um diferencial de produção da nova unidade destacado pela montadora é a fabricação de dois produtos completamente distintos numa mesma linha de montagem, um caminhão leve e outro extrapesado. A meta com a medida é demonstrar a flexibilidade da unidade, bem como a otimização dos processos e da logística interna. Outro ponto adotado após a realização dos benchmarkings foi a criação dos Portais da Qualidade. Ao longo de toda a linha de montagem, diversas estações de verificação e autocontrole asseguram a qualidade em cada etapa do processo de produção. Dessa forma, os colaboradores podem agir prontamente numa eventual necessidade de correção ou ajuste. Na unidade, toda revisão inclusive a final é feita sobre a linha de montagem. O destaque da fábrica mineira, porém, está no fato de não utilizar em sua produção linhas de arraste. Durante o processo de montagem, os veículos são transportados por AGVs – Auto Guided Vehicles – veículos autoguiados. O uso dos equipamentos, que se movem sobre vias indutivas, dispensa a necessidade de estrutura fixa de linha de arraste na linha de montagem, bem como as fundações e estrutura de piso necessárias para este conceito. O processo de AGV facilita eventuais mudanças da linha para expansão ou para a montagem de outros modelos, agilizando as adequações necessárias, além de propiciar melhores condições ergonômicas para os colaboradores. Aproximadamente 40 unidades de AGVs são utilizadas, hoje, na planta de Juiz de Fora. Importante característica que prova a versatilidades das máquinas é que elas são capazes de fazer curvas, vantagem essencial numa linha de montagem em forma de “U”, como na planta mineira. Além disso, em caso de manutenção desses veículos, não é necessária a paralisação da linha de montagem como um todo, bastando apenas a substituição por outro AGV. Parque de fornecedores Para agilizar o abastecimento da linha de montagem, além de aperfeiçoar a entrega de diferentes conjuntos, em forma de kits, diretamente na linha de montagem, seguindo o conceito just-in-sequence, a Mercedes-Benz estabeleceu na planta um parque industrial de fornecedores, o I-Park. No local, três empresas provedoras de componentes e submontagens realizam seus trabalhos. Maxion, Randon e Seeber já estão instaladas e operam suas fábricas, realizando, entre outras atividades, a montagem de longarinas e subsistemas, além da pintura das partes plásticas de peças. A mais recente integrante desse parque é a Grammer, fornecedora de bancos para os caminhões.
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