No contexto de melhorias econômicas e desafios persistentes na segurança, o roubo de cargas emerge como um fator preocupante que afeta adversamente as cadeias de suprimentos. Em 2023, o Brasil registrou 17.108 mil roubos de cargas, indicando um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior.
Um relatório anual elaborado pelo Centro de Inteligência da Overhaul, empresa de software de gerenciamento de riscos e visibilidade da cadeia de suprimentos, oferece uma análise aprofundada das ocorrências de roubo de cargas no país. Utilizando robôs, tecnologia e inteligência artificial, o relatório examina tanto as ocorrências notificadas quanto aquelas que passam despercebidas, juntamente com dados oficiais de fontes públicas.
Com base nas informações coletadas, especialistas em gestão de riscos projetam um crescimento de 1,1% nos casos de roubo de cargas para o ano de 2024, totalizando 17.298 eventos.
Cenário Econômico e Logístico do Brasil em 2023
Em contraste com as expectativas, o Brasil apresentou resultados econômicos robustos em 2023. A inflação, originalmente projetada em 5,42%, encerrou o ano em 4,62%. Os juros básicos (SELIC), previstos em 12,25%, ficaram em 11,75%, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) registrou um crescimento de 3%, superando as previsões iniciais.
Esse desempenho positivo foi impulsionado pela recuperação do consumo, pelo setor de serviços e pelo destaque da Agricultura, contribuindo para um aumento no transporte de produtos. Para 2024, espera-se que o setor de logística intensifique suas operações, o que amplia os desafios na área da segurança.
Desafios e Tendências Identificados
O relatório da Overhaul apontou que a maioria esmagadora dos roubos de carga (88%) concentrou-se nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás. Isso reflete a tendência de que áreas de maior desenvolvimento econômico são alvos preferenciais dos criminosos.
Uma mudança notável ocorreu nas regiões do país, com o Sul superando o Nordeste em número de ocorrências de roubo de carga. São Paulo e Rio de Janeiro permaneceram como os principais contribuintes para os altos números de roubos, embora São Paulo tenha experimentado um leve aumento nas ocorrências.
Quanto aos horários e dias mais propensos a roubos, terça-feira emergiu como o dia com maior risco, enquanto a manhã continuou sendo o período mais crítico. Produtos diversos, alimentos e bebidas e tabaco permaneceram como os itens mais visados pelos criminosos.
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