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Derrocagem iniciada no Porto de Santos

Após as obras, canal de navegação terá 15 m de profundidade e 220 m de largura
Por Redação em 22 de setembro de 2011 às 12h37 (atualizado em 27/09/2011 às 15h56)

O ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Leonidas Cristino, anunciou na última terça-feira, dia 20 de setembro, o início dos trabalhos para a derrocagem da pedra de Teffé, localizada na margem direita do canal de navegação do Porto de Santos (SP). Depois, será a vez da pedra de Itapema, próxima à margem esquerda. O início dos serviços – perfuração e carregamento com explosivos – foi definido depois de testes preliminares para ajuste da carga necessária para implosão, realizados até 18 de setembro. O desmonte atingirá a cota de 16 metros de profundidade. A obra é executada pela Ster Engenharia Ltda, vencedora da Licitação Pública Internacional, pelo valor de R$ 25,5 milhões.

A derrocagem é uma obra SEP, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e integra o projeto de aprofundamento do canal de navegação para 15 m e seu alargamento para 220 m. Ao final das melhorias, será possível o acesso de navios com maior calado e, consequentemente, a expansão da capacidade de movimentação do cais santista.

Segundo Cristino, a obra, inicialmente prevista para 18 meses, teve seu cronograma reduzido para três meses de execução. O ministro explica os fatores que contribuíram para a redução do prazo. “Os trabalhos acontecerão todos os dias (antes, a programação era uma vez por semana) e o equipamento da empresa vencedora da licitação, a perfuratriz Yuan Dong 007, foi construída especialmente para a atividade”, diz. As obras irão retirar um volume total de 31.386 m³, sendo 20.126 m³ da Teffé e 11.260 m³ da Itapema. Os fragmentos rochosos serão aproveitados em outros empreendimentos.

A perfuratriz, de origem chinesa, atua em todo o processo da derrocagem, desde a perfuração da rocha, o carregamento e a preparação do explosivo até a detonação. A embarcação possui dez torres de perfuração capazes de suportar uma coluna de perfuração de 28 m de comprimento, com guia para revestimento do furo. O navio, com 100,86m de comprimento e 17,6m de largura, é equipado com propulsor lateral de proa, seis guinchos de âncora, duas colunas de apoio de trabalho e outras duas auxiliares.

Para a preparação das explosões, o canal de navegação será fechado por três horas. Nesse período, não será permitida a movimentação de embarcações na área de trabalho, que estará sinalizada com bóias. As datas das explosões ainda não foram anunciadas.

Para informar quem estiver nas imediações das pedras, cinco minutos antes de cada detonação serão tocados seis sinais sonoros longos de dez segundos cada. Um minuto antes, mais um sinal de dez segundos seguido por no máximo dez sinais de três segundos cada serão ouvidos. Após a detonação e a inspeção da área, um novo sinal longo – acima de dez segundos – será acionado para a liberação do canal de navegação.

Proteção ambiental

As melhorias em Santos contam com um plano de proteção à fauna existente no canal do Estuário. Para isso, será utilizada uma carga suspensa de pequena intensidade antes das detonações. Uma cortina de bolhas ao redor de toda a área de trabalho será produzida para reduzir o impacto da pressão hidrodinâmica da detonação, controlando a onda de choque gerada.

Durante todo o período da execução da derrocagem, equipes de diferentes áreas estarão atuando, simultaneamente, visando o monitoramento ambiental e a divulgação das atividades. Uma delas, formada por biólogos, vai verificar a presença de espécies de mamíferos aquáticos, como botos e golfinhos, e de tartarugas na área de trabalho da embarcação. No caso de os profissionais avistarem alguma espécie o processo será paralisado. Outra equipe acompanhará a intensidade das detonações para evitar danos às edificações próximas às pedras.

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