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Empresas retomam uso da cabotagem com foco em custos, segurança e sustentabilidade

Setor industrial aposta na navegação como alternativa ao transporte rodoviário no Brasil
Por Redação em 19 de novembro de 2024 às 7h09
Empresas retomam uso da cabotagem com foco em custos, segurança e sustentabilidade
Foto: Reprodução/Pixabay
Foto: Reprodução/Pixabay

A navegação por cabotagem tem ganhado espaço entre os grandes embarcadores no Brasil, com destaque para o setor industrial. Uma pesquisa do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), realizada com 86 das maiores indústrias do país, apontou que 38% delas planejam aumentar o uso desse modal até 2025. Atualmente, apenas 13% das cargas transportadas no Brasil utilizam a cabotagem, enquanto o transporte rodoviário domina com mais de 60% de participação. As informações foram divulgadas pelo Valor Econômico.

De acordo com Maria Fernanda Hijjar, sócia-executiva do Ilos, a maior disponibilidade de navios, o aumento na frequência das viagens e a integração com outros modais logísticos estão criando condições favoráveis para ampliar o uso da cabotagem. "O menor consumo de combustíveis também abre perspectivas para maior participação desse modal no transporte de cargas nos próximos anos", afirma.

Um exemplo dessa tendência é o novo modelo logístico adotado pela ArcelorMittal. A empresa implementou um sistema de transporte por barcaças que conecta suas plantas em Santa Catarina, Espírito Santo e Ceará. O processo envolve o envio de insumos e produtos siderúrgicos, como placas e bobinas laminadas, entre as unidades, aproveitando a localização estratégica e o acesso aos portos. "É um modelo inédito que explora a sinergia entre as plantas localizadas no litoral brasileiro", explica Eduardo Raya, diretor de planejamento e logística da ArcelorMittal.

No ano passado, a movimentação total de cargas em operações de cabotagem nos portos brasileiros atingiu 290,1 milhões de toneladas, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Luís Fernando Resano, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac), destaca o volume de mais de 1,2 milhão de contêineres transportados em 2023. "Esse modal é uma solução estratégica para o Brasil, que possui um território continental e extensa costa marítima", avalia.

No Sul do país, 3,5 mil contêineres são movimentados mensalmente pela cabotagem, com 60% desse volume correspondente ao transporte de arroz para o Norte e Nordeste, informa Carlos Bacchieri Duarte, da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul).

Além da economia nos custos, a cabotagem também é apontada como uma opção ambientalmente mais eficiente. Segundo Luiza Bublitz, presidente da Aliança Navegação e Logística, as emissões de CO2 no transporte marítimo são pelo menos quatro vezes menores em comparação ao modal rodoviário para a mesma distância. "A integração logística viabiliza o transporte planejado de grandes quantidades de insumos e produtos de forma segura e sustentável", diz.

Entretanto, desafios ainda precisam ser superados. A Lei 14.301/22, criada para incentivar e baratear a cabotagem no Brasil, ainda não foi regulamentada, o que preocupa os operadores do setor. Dino Antunes, secretário Nacional de Hidrovias e Navegação, assegura que o decreto está próximo de ser aprovado. "As discussões com a iniciativa privada e dentro do governo foram finalizadas. Esperamos estabelecer regras claras para oferecer segurança jurídica ao setor", afirma.

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