O Canal do Panamá anunciou o aumento do calado de navios para 45 pés (13,7 metros) a partir desta quinta-feira, devido à chegada da época de chuvas e à recuperação dos níveis dos dois lagos artificiais de água doce que alimentam a via, afetados pela seca desde o ano passado.
O canal, que une o Atlântico e o Pacífico, oferece como máximo 50 pés (15,24 metros) de calado, mas este foi reduzido de forma escalonada até os 44 pés (13,41 metros) devido à seca que afeta sua bacia hidrográfica desde o ano passado.
À medida de reduzir o calado seguiu-se outra de restringir os trânsitos diários de navios, atualmente em 31 de um ótimo de 36, embora as piores previsões, como permitir apenas 18 a partir de fevereiro passado, nunca se concretizaram.
“O Canal do Panamá anuncia que, a partir de hoje, aumentará o calado máximo autorizado para 45 pés, devido ao nível atual e projetado do lago Gatún para as próximas semanas, com a chegada da temporada de chuvas sobre a Bacia”, disse a administração da via em um comunicado.
Antecipou-se assim a data da aplicação do calado máximo autorizado anunciado em abril passado e que estava programado para entrar em vigor em 15 de junho próximo.
O Canal explicou que desde 26 de maio passado, pela primeira vez em 2024, os reservatórios Gatún (1913) e Alhajuela (1935) amanheceram acima do nível registrado para a mesma data em 2023 devido à chegada da temporada chuvosa.
A administração da via, por onde passa cerca de 3% do comércio mundial, lembrou que, no âmbito das restrições aplicadas desde meados de 2023, a partir de 1º de junho os trânsitos aumentarão para 32 diários: 24 pelas centenárias eclusas panamax e 8 nas eclusas neopanamax.
O Canal do Panamá "monitora diariamente as condições climáticas existentes para implementar as ações operacionais necessárias diante do incremento nos aportes à Bacia Hidrográfica", acrescentou o comunicado oficial.
A via aquática panamenha presta serviço a mais de 180 rotas marítimas conectando 170 países e chegando a cerca de 1.920 portos em todo o mundo.