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Codesp apresenta estudos para ampliar o calado em Santos

Projeto envolve a implantação de um sistema chamado Dynamic Under Keel Clearance
Por Redação em 3 de agosto de 2018 às 17h39 (atualizado às 17h50)

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) apresentou, no dia 31 de julho, as conclusões dos estudos iniciais para a implantação do chamado calado dinâmico no Porto de Santos, que estima a possibilidade de um ganho médio de até 30 centímetros sobre o atual calado máximo de 13,5 metros na baixa-mar e de 14,5 metros na preamar, recém-promulgado para o canal do porto santista.

Os estudos foram apresentados pelo representante no Brasil da empresa australiana  OMC  International, Sérgio Luiz Jordão, da DefenSea Consultoria.  O trabalho trata, de forma preliminar, da implantação do sistema de calado Dynamic Under Keel Clearance (Dukc), que irá assegurar que todas as embarcações, mesmo sob condições meteorológicas e oceanográficas muito severas e adversas, irão sempre manter uma distância segura entre a quilha e o fundo do canal.

Com a utilização do Dukc, a folga sob a quilha é calculada considerando uma série de variáveis, como tipo do navio, velocidade, condições meteorológicas, salinidade, afundamento pela velocidade e o próprio trajeto da embarcação no canal, que provoca seu adernamento. Todas essas informações somadas aos dados de batimetria e características do canal são processados em tempo real, gerando um modelo que permite apresentar qual o calado máximo praticado em cada situação, considerando de fato o deslocamento vertical do navio em movimento, o que promove o aumento da eficiência sem comprometer a  segurança da navegação.

“A empresa já implantou 26 sistemas Dukc desde 1993, com mais de 160 mil travessias de navios sem o registro de um único incidente ou encalhe”, destacou Jordão. Portos relevantes no comércio marítimo mundial, como Lisboa, Montreal, Port Hedland, Fremantle, Newcastle e Melbourne, dentre outros, já utilizam a ferramenta. O diretor-presidente da Codesp, José Alex Oliva, classificou o projeto como uma forma técnica e científica de se ampliar o calado máximo garantindo maior segurança, mais agilidade  no uso do canal de navegação e ganhos significativos para todos.

José Alex, durante a apresentação em Santos (SP). Crédito: Divulgação
José Alex Oliva, durante a apresentação em Santos (SP). Crédito: Divulgação

O uso dessa tecnologia, além de ampliar a segurança da navegação, traz benefícios econômicos, pois permite otimizar a capacidade de carregamento nos navios,  reduz a sobrestada das embarcações no porto, promove uma dragagem inteligente, reduzindo seu volume, e  maximiza a operação no canal a partir do incremento das janelas de entradas e saídas.

Para viabilizar a implantação do sistema, a Codesp está adquirindo sensores meteorológicos e oceanográficos  com recursos próprios dentro do orçamento para a instalação do Vessel Traffic Management and Information System (VTMIS).  Além desses sensores, será necessária, numa fase inicial de validação de dados, a instalação de equipamentos a bordo de navios durante as manobras realizadas no canal. Até que o Dukc seja utilizado em definitivo, serão feitos testes que envolverão a validação e a aprovação pela Marinha do Brasil.

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