O primeiro lote de óleo de palma transportado por cabotagem marítima no Brasil chegou recentemente no Porto de Santos (SP). A operação experimental, com 2.600 toneladas, saiu do terminal da Agropalma – empresa do Conglomerado Alfa e maior produtora de óleo de palma do Brasil –, no bairro de Tapanã, em Belém, e desembarcou em Santos.
Segundo o próprio porto, a operação abre um novo horizonte para a produção de óleo de palma, permitindo que a Agropalma e todos os produtores do estado do Pará – região que concentra a cultura – acessem os mercados consumidores de óleo de palma dos estados do Sul e Sudeste a um custo logístico cerca de 50% inferior ao rodoviário.
A iniciativa é parte do projeto de investimento divulgado há três anos pela Agropalma em seu processo de crescimento. No estado do Pará, a empresa investiu R$ 160 milhões na construção de uma nova usina de extração de óleo no município de Tailândia, R$ 10 milhões em expansão da área agrícola e R$ 5 milhões na ampliação da refinaria de Belém. No Sudeste, o investimento em uma nova refinaria foi da ordem de R$ 260 milhões.
Segundo o diretor Comercial da empresa, André Gasparini, com a presença no interior do estado de São Paulo, em Limeira, a Agropalma passa a atender os clientes de forma just-in-time. De Belém, seriam necessários de seis a dez dias para o transporte de carga fracionada e cinco dias para carga a granel. “Com a nova unidade em Limeira damos vazão, por cabotagem, ao óleo bruto produzido no Pará e que hoje é exportado por falta de mercado consumidor e condições logísticas acessíveis”, diz.
A refinaria de Belém continuará a processar cerca de 110 mil toneladas por ano de óleo refinado e abastecerá os mercados das regiões Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste. A nova refinaria em Limeira tem capacidade instalada de 144 mil toneladas por ano e visa expandir a área de distribuição industrial e food service da empresa para as regiões Sudeste e Sul do país. Elas concentram um consumo significativo no mercado nacional de óleos e gorduras e, sob o ponto de vista logístico rodoviário, partindo de Belém, estão inacessíveis não só pelas características técnicas dos produtos, mas também pela concorrência.