Foi lançado, no dia 5 de abril, durante a feira Intermodal South America, em São Paulo, o movimento Trilhos Pelo Brasil, uma iniciativa que reúne mais de 350 representantes do setor ferroviário com o objetivo de identificar os gargalos do transporte por trens para apresentar ao governo federal propostas de ações que visam solucionar os problemas e fomentem o crescimento do modal no país.
Dentre os membros do movimento estão empresários, professores, políticos, especialistas e estudiosos. Rodrigo Vilaça, diretor executivo da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) e presidente da Seção Ferroviária da Confederação Nacional do Transporte (CNT), foi o porta-voz do movimento.
“Nos questionamos porque o sistema está travado e porque as ferrovias não vão além do imaginado”, declarou Vilaça. “A partir desse princípio, nos reunimos e nos dividimos em seis temas que consideramos primordiais: transporte de cargas, transporte de passageiros, marco regulatório, linhas curtas, investimentos e, o principal deles, porque os projetos já existentes estão sofrendo tantas interferências”.
O executivo explica que existe uma burocracia exagerada que atrapalha o setor. Segundo ele, para se construir uma ferrovia no Brasil hoje é necessária a interlocução com 38 agentes diferentes. Vilaça destaca ainda que o país precisaria de R$ 3 bilhões em investimentos anuais para começar um processo de recuperação do sistema ferroviário. “No total, seriam necessários cerca de R$ 281 bilhões para fazer o segmento voltar a funcionar como deveria”, diz.