A VLI inaugurou, no dia 23 de abril, o Terminal Integrador (TI) Guará, no interior de São Paulo. Com investimentos de R$ 83 milhões, trata-se da primeira unidade de transbordo rodoferroviário da companhia destinada exclusivamente a operações com açúcar. Cargas originárias de usinas dos estados de São Paulo e Minas Gerais chegam ao local por meio de transporte rodoviário.
Na unidade, são realizadas atividades de descarga dos caminhões, armazenamento e transbordo do commodity para os trens. Os vagões carregados seguem pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que é controlada pela VLI, até o Porto de Santos. A previsão de movimentação é 2,3 milhões de toneladas do produto por ano.
A construção do TI Guará visa atender à demanda crescente por alternativas para o transporte de cargas de açúcar, colaborando para a redução dos gargalos logísticos na cadeia nacional. “Faz parte da identidade da VLI querer transformar a logística do Brasil, e a construção deste terminal é um ponto importante neste processo”, diz o diretor-presidente da VLI, Marcelo Spinelli, presente na cerimônia de inauguração.
O TI Guará possui área construída de mais de 24 mil m², dentro de um terreno de 90 mil m², e conta com uma pera ferroviária interligada à FCA. Trata-se de uma solução logística em formato circular que possibilita o transbordo das cargas sem a necessidade de desmembrar o trem. “Essa solução diminui o tempo da operação, que costumava levar 75 horas, para 7 horas. Portanto, o ganho em eficiência é imenso”, explica Fabiano Lorenzi, diretor Comercial da VLI.
O terminal centraliza em um só local os carregamentos que antes eram feitos em quatro pontos diferentes. Com isso, é possível reduzir o tempo demandado para a formação de trens, tornando a cadeia de escoamento mais ágil e eficiente.
O terminal, que trabalha com uma equipe de 150 profissionais, possui três moegas rodoviárias para descarregamento de até 300 caminhões por dia e um armazém com capacidade para receber 40 mil toneladas de açúcar. Além disso, a unidade conta com uma tulha ferroviária que carrega simultaneamente dois vagões. As áreas fechadas que têm contato com o açúcar contam com um moderno sistema de proteção contra incêndio, por se tratar de um insumo altamente inflamável.
Investimentos
O projeto do Terminal Integrador Guará faz parte de um plano de negócio da VLI que prevê investimentos de R$ 4 bilhões no Corredor Centro-Sudeste, que interliga o interior de Goiás, o Triângulo Mineiro, a região de Ribeirão Preto (SP) e o Porto de Santos.
Os recursos estão sendo aplicados na construção de dois terminais intermodais, na ampliação do Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), localizado em Santos, na compra de material rodante e em melhorias na infraestrutura da FCA.
Com a conclusão de todas as obras e a estabilização dos ativos, o sistema contribuirá para a retirada de aproximadamente 1.500 caminhões por dia das estradas com destino a Santos. O volume anual de cargas transportadas somente nessa rota também deve aumentar, passando de 7,5 milhões de toneladas para 19,8 milhões de t.
Sustentabilidade
Segundo um estudo feito pela própria VLI, o transporte ferroviário de carga proporciona uma redução significativa na emissão de CO2 na atmosfera na comparação com o transporte rodoviário. A pesquisa tomou como base a carga transportada pelos modais ferroviário e rodoviário entre o Terminal Integrador Araguari, no Triângulo Mineiro, e o Complexo Portuário de Tubarão, no Espírito Santo, e um relatório da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), que indicou métodos para a quantificação de gases do efeito estufa nas duas modalidades de transporte.
Segundo o estudo, no caso dos trens, a emissão de CO2 na atmosfera para a mesma quantidade de carga transportada por caminhões tem redução de 38%. Isso quer dizer que, enquanto os veículos rodoviários expelem 60 mil t do gás por mês, nas rodovias entre o Triângulo Mineiro e o litoral capixaba o transporte ferroviário, com o mesmo volume carregado, emite apenas 37 mil t. São 22 mil t de substância nociva ao meio ambiente a menos, mensalmente.