A Vale apresentou, durante o Seminário Negócio nos Trilhos, realizado em São Paulo nos dias 9 e 10 de novembro, seu projeto para garantir a movimentação de carga com ganhos de produtividade até 2016, quando a empresa prevê o transporte de 260 milhões de toneladas de minério de ferro em Carajás (PA).
Para atender o volume, que representa mais que o dobro das cerca de 100 milhões de t produzidas atualmente, a Vale encomendou o desenvolvimento, em parceria com a Amsted Maxion, de um vagão do modelo GDU com capacidade para transportar 37,5 t por eixo. O objetivo do projeto é aumentar em 20% a produtividade dos vagões da empresa nos 900 km da Estrada de Ferro Carajás (EFC), passando de 126 t para 150 t por vagão.
Segundo Guilherme Mendonça, engenheiro pleno da Vale responsável pelo projeto, somente a Austrália possui ferrovias que recebem o volume de carga nos patamares que a companhia pretende alcançar nos próximos anos. Mendonça revelou que, em setembro de 2008, a Vale propôs o desafio de criar o vagão GDU de 150 t a quatro fornecedores – três nacionais e um chinês – com base em especificações que atendessem às necessidades da empresa e estivessem de acordo com as normas da American Association Railroad (AAR), utilizadas no Brasil, e fossem o mais semelhante possível com os vagões GDT, utilizados atualmente em Carajás, para que o sistema operacional não precisasse ser alterado.
A Estrada de Ferro de Carajás já conta dois mil vagões com capacidade para transportar 150 t em operação, e a previsão é substituir todo o restante, chegando a dez mil vagões com a mesma capacidade elevada. Mendonça informou, ainda, que a empresa também está testando protótipos de outros fabricantes. “Nós propusemos o desafio e estimulamos os fornecedores. Eles aceitaram e desenvolveram o produto de acordo com as especificações definidas e o ganho é para todo o setor ferroviário brasileiro”, concluiu o executivo.