A Randon S.A. Implementos e Participações está instalando uma linha de produção de vagões ferroviários, apresentando-se ao mercado como opção para o segmento, considerado promissor. Depois de ter produzido um protótipo para a América Latina Logística (ALL), operadora da malha centro-sul do Brasil e na região central da Argentina, a empresa acertou a venda de 30 vagões graneleiros, que serão entregues até o final de junho. O crescimento da safra brasileira de grãos, o desenvolvimento das empresas concessionárias da malha ferroviária e o interesse do governo federal em revitalizar essa modalidade de transporte foram os fatores que chamaram a atenção da Randon para a nova oportunidade de negócio. Fábrica específica - A Randon, no entanto, pretende ir além, oferecendo ao mercado vagões completos, desenvolvendo também o material rodante (truques). O diretor Corporativo adianta que não está descartada a criação de uma unidade fabril específica para o segmento ferroviário. As razões são consistentes para a confiança no sucesso dessa nova investida da Randon. O protótipo desenvolvido a pedido da ALL foi aprovado em apenas um mês, viabilizando o pedido das 30 unidades. Este lote atenderá a Coinbra, empresa do grupo Dreyfus, que atua na cadeia de agronegócio brasileira.
A empresa, que para o setor ferroviário já produz o sistema bimodal Transtrailer (semi-reboque rodoviário estruturado para ser engatado sobre truques ferroviários), está investindo, inicialmente, R$ 1 milhão na adaptação de linha produtiva, ferramentaria, pesquisa e desenvolvimento para a fabricação das caixas dos vagões.
"Percebemos no setor ferroviário mais uma oportunidade de expansão e crescimento", destaca o diretor Corporativo das Empresas Randon, Erino Tonon. O novo produto é um vagão do tipo hopper, de 100 metros cúbicos, destinado ao transporte de grãos e farelo. As pretensões de crescimento são fortes. "A nova linha estará habilitada a atender a futuras demandas da ALL e de outras operadoras ferroviárias", ressalta Tonon. Uma perspectiva concreta é a necessidade de 600 vagões anunciada pela Bunge, uma gigante da cadeia de agronegócios.