A Hyperloop Transportation Technologies (HTT) anunciou um projeto inovador para a logística de cargas brasileira: um sistema de transporte baseado em cápsulas de alta velocidade em um tubo de vácuo parcial, permitindo o transporte de contêineres a até 595 km/h. O objetivo é conectar o Porto de Santos a São Paulo e Campinas, com previsão de expansão até São José do Rio Preto.
Segundo a HTT, o projeto está em fase de estudo de viabilidade e pode ser um divisor de águas para a movimentação de cargas no Brasil. Um estudo de viabilidade conduzido pelo LabTrans, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a empresa de logística portuária EGA Group confirmou o potencial da iniciativa.
Atualmente, o Porto de Santos, o maior da América Latina, tem intenso fluxo de cerca de 15 mil caminhões por dia, o que aumenta o tempo de deslocamento até São Paulo para até duas horas. Com o hyperloop brasileiro, a expectativa é que o tempo de viagem seja reduzido para apenas 30 minutos, tornando-se uma alternativa competitiva ao transporte rodoviário e aéreo.
O sistema do hyperloop brasileiro utilizará cápsulas dentro de tubos de vácuo parcial, reduzindo a resistência do ar e permitindo que as cargas alcancem velocidades de até 595 km/h. Segundo a New Atlas, as cápsulas serão projetadas para transportar contêineres de 40 pés, o equivalente a dois TEUs (unidade equivalente a 20 pés), reduzindo drasticamente o tempo de deslocamento e os custos logísticos.
Estima-se que o sistema poderia gerar uma economia de até US$ 2 bilhões em custos indiretos, incluindo redução de acidentes, poluição do ar e desgaste das estradas. O projeto também promete menor impacto ambiental: estima-se que ele reduza o tráfego de caminhões em até 4 mil veículos por dia, o que ajudaria a diminuir as emissões de CO₂ em cerca de 906 toneladas diárias até 2060.
Um modelo de parceria público-privada (PPP) está sendo estudado para viabilizar a construção e operação do sistema. Caso o governo financie parte da infraestrutura, a HTT estima que o projeto tenha uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 62,7% e um Valor Presente Líquido (VPL) de US$ 4,8 bilhões.
O trajeto inicial ligará Santos a Campinas, passando por São Paulo, totalizando 169 km de extensão e um investimento estimado em US$ 9,6 bilhões. A HTT projeta que esse trecho deve gerar receitas de US$ 17,1 bilhões. O projeto completo prevê expansão até São José do Rio Preto, totalizando 549 km de extensão e um investimento adicional para concluir a rede.
O projeto está em fase de Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA). Após essa etapa, serão definidos os modelos de financiamento e obtidas as aprovações governamentais necessárias para dar início às obras. A expectativa é que, se aprovado, o sistema comece a ser construído na segunda metade desta década.