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Ferrogrão pode ampliar exportação de soja para a Ásia, aponta estudo da USP e Fundação Vanzolini

Pesquisa destaca impactos logísticos e ambientais do novo corredor ferroviário e sua contribuição para a competitividade da soja brasileira.
Por Redação em 12 de dezembro de 2024 às 7h35
Ferrogrão pode ampliar exportação de soja para a Ásia, aponta estudo da USP e Fundação Vanzolini
Foto: Divulgação/GovBR
Foto: Divulgação/GovBR

Um estudo conduzido pelo Centro de Inovação em Logística e Infraestrutura Portuária (CILIP) da Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação Vanzolini avalia os impactos da viabilização da ferrovia EF-170, conhecida como Ferrogrão, no escoamento de grãos no Brasil. O projeto, ainda em estágio conceitual, propõe um corredor ferroviário de 933 quilômetros ligando os municípios de Sinop, em Mato Grosso, a Itaituba, no Pará, com o objetivo de aliviar o porto de Santos e otimizar a exportação de soja para a Ásia.

 

Competitividade e impacto nos corredores logísticos
Os pesquisadores Daniel de Oliveira e Ronaldo Benevides Veloso, da USP, utilizaram o modelo Markov, ferramenta matemática voltada à otimização e tomada de decisão, para propor um plano que maximize a eficiência do projeto da EF-170. A ferrovia deve substituir parte do fluxo rodoviário atual, que escoa cargas para os portos do Norte e do Sudeste.

Com a implementação da Ferrogrão, a área de influência logística será ampliada. Atualmente, 20 cidades de Mato Grosso utilizam o modal ferroviário para escoamento de grãos; esse número pode aumentar para 33, segundo o estudo. Entre essas, 27 seriam consideradas estratégicas para a operação da EF-170.

Os corredores logísticos que direcionam cargas para os portos de São Luís, Manaus e Santarém, por outro lado, não sofreriam grandes alterações. A zona de influência para esses portos perderia apenas uma cidade para a Ferrogrão, mantendo sua relevância.

Redução de custos e impacto ambiental
A pesquisa também aponta uma redução significativa nos custos de logística, com impacto direto na renda dos produtores. A mudança no modal elevaria a renda média por saca de soja em R$ 3,00, subindo de R$ 12,25 para R$ 15,25. A redução da dependência do transporte rodoviário diminuiria a distância média percorrida por caminhões, de 914 quilômetros para 171 quilômetros.

Além disso, o estudo prevê uma queda de 60% nas emissões de gases de efeito estufa associadas ao transporte. Esse efeito seria alcançado com a substituição parcial do modal rodoviário pelo ferroviário, promovendo maior eficiência ambiental.

Potencial de alívio para o porto de Santos
A Ferrogrão promete redistribuir o fluxo de exportação, aliviando a sobrecarga histórica do porto de Santos. A região cativa de silos que hoje direciona cargas para o terminal paulista passaria de 44 para 37 cidades. Isso abriria espaço para outros portos e equilibraria o escoamento de grãos no país.

O estudo também identifica uma redução das cidades localizadas em zonas competitivas para transporte, de 8 para 3. Essa mudança reflete uma maior racionalidade na logística nacional, reduzindo a concorrência entre os modais e otimizando o uso da infraestrutura disponível.

Contexto econômico e projeções
O projeto da EF-170 surge como uma alternativa estratégica para melhorar a competitividade da soja brasileira no mercado internacional, especialmente na Ásia. Com o preço da saca estimado em R$ 150,00 e o diesel a R$ 6,00, o modal ferroviário se apresenta como uma solução economicamente viável e ambientalmente sustentável para atender à crescente demanda global por grãos.

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