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Brado e Rumo fazem a primeira viagem de contêineres da Ferrovia Norte-Sul

Trajeto se iniciou em Cubatão (SP) e foi até Anápolis (GO)
Por Redação em 3 de outubro de 2023 às 9h40
Brado e Rumo fazem a primeira viagem de contêineres da Ferrovia Norte-Sul
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O primeiro trem da Ferrovia Norte-Sul com destino a Anápolis (GO) chegou na última semana ao município goiano. Operada pela Brado e pela Rumo, a viagem de teste teve 1.511 km, se iniciou em Cubatão (SP), na Malha Paulista e durou três dias. O trajeto marca a retomada de um projeto que foi iniciado há 40 anos e teve a sua estrutura 100% concluída este ano, com obras executadas pela Rumo. 

No primeiro trem, 58 vagões levaram 112 contêineres de 40 pés, 32 deles carregados com insumos para a indústria e defensivos agrícolas vindos da China, Estados Unidos e Europa. Os demais 80 seguiram vazios para serem encaminhados aos clientes de exportação no fluxo Anápolis-Santos e para formar um depósito de  reseva no Porto Seco de Anápolis. A reserva é importante para assegurar ativos para as próximas operações.

“Trata-se de um momento histórico para a infraestrutura brasileira, uma rota há muito aguardada e que vai alavancar o crescimento da região. É um orgulho participar deste momento ímpar, oferecendo uma solução multimodal de contêineres que possibilita transportar os mais diversos tipos de carga por ferrovia”, afirma Marcelo Saraiva, CEO da Brado.

De acordo com Guilherme Penin, vice-presidente de Expansão e Regulação da Rumo, o fluxo de contêineres por ferrovia traz novas perspectivas econômicas para as regiões que passam a ser atendidas por esse serviço. “A ferrovia é um indutor de desenvolvimento. A chegada dos trilhos aos principais polos da agricultura e indústria de Goiás e Tocantins promove geração de empregos e potencializa as atividades econômicas dos municípios”, destaca.

O diretor de operações do Grupo Porto Seco Centro-Oeste, Everaldo Fiatkoski, destaca o potencial do Porto Seco de Anápolis como único terminal de contêineres no Estado. “O novo Terminal de Contêineres do Porto Seco é resultado da expertise adquirida nos últimos 20 anos, ampliando a capacidade logística, reduzindo os custos operacionais e, como consequência, atraindo novos interessados na multimodalidade entre rodovias e ferrovias”, afirma Fiatkoski.

A primeira viagem de retorno levará pluma de algodão da safra que se inicia na Bahia ao Porto de Santos para exportação. A operação multimodal da Brado combina a movimentação de cargas pela ferrovia nas distâncias longas e pelas rodovias nos trechos curtos. Diferente dos vagões “tradicionais”, os contêineres permitem diversificar o atendimento acomodando cargas diversas, desde produtos agropecuários até industrializados.

Desde que assumiu a concessão da Malha Central, a Rumo já investiu R$ 4 bilhões em obras de infraestrutura, terminais e material rodante nos ramos central e sul da Ferrovia Norte-Sul, e gerou 5 mil empregos para a execução das obras e operação nos terminais.

A Ferrovia Norte-Sul tem uma extensão total de 1.527 km entre Estrela D´Oeste (SP) e Porto Nacional (TO). Passa por 4 das 5 regiões do Brasil (Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Nordeste – este último, em trecho sob concessão da VLI). Em 4 anos, a concessionária inaugurou 3 terminais; construiu 4 pontes entre Goiás, São Paulo e Minas Gerais; além de um pátio de ligação entre as Malhas Central e Paulista na cidade de Estrela D´Oeste, formando um corredor até o Porto de Santos (SP), o principal hub portuário da América do Sul e que concentra a exportação de commodities agrícolas para o mundo.

 

Novo mercado

A partir do Porto Seco Centro-Oeste, em Anápolis, serão atendidos por ferrovia os mercados de exportação de algodão, mineração, siderurgia e alimentos, incluindo açúcar, farelo de soja e grãos em contêineres, além de proteínas bovinas por meio das operações com contêineres refrigerados. Atualmente, estes mercados já movimentam cerca de 45 mil contêineres ao ano e mais de 65% têm como destino o Porto de Santos, segundo a Brado.

Na rota oposta, serão captados os mercados de importação de insumos que abastecem as indústrias e o agronegócio do estado goiano, além dos bens de consumo que passam a ser distribuídos para as populações de Goiás, Distrito Federal, sul do Tocantins e Minas Gerais.

Entre as importações destacam-se os segmentos de agroquímicos, peças de máquinas, peças automotivas, equipamentos e plásticos. Estes mercados movimentam mais de 16,5 mil contêineres ao ano.

De acordo com a Brado, uma das vantagens da nova operação multimodal é a sustentabilidade. A empresa projeta que a nova rota de Goiás pode evitar a emissão de 160 mil toneladas de CO2 nos próximos 5 anos, o que equivale à emissão de mais de 34,5 mil veículos. Seriam necessárias 1,1 milhão de árvores para absorver integralmente esse volume.

 

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