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Setor ferroviário cobra incentivos fiscais do governo federal e teme aumento de desemprego

Presidente da Abifer conta que desde março está dialogando com o governo federal e vê abertura para avanços na discussão da pauta
Por Redação em 19 de maio de 2023 às 8h02
Setor ferroviário cobra incentivos fiscais do governo federal e teme aumento de desemprego
Foto: Reprodução/Pixabay
Foto: Reprodução/Pixabay

A cadeia da indústria ferroviária brasileira tem amargado resultados ruins nos últimos anos, em um processo de desaceleração desde 2019, mesmo sendo estratégica no desenvolvimento do país em questões como sustentabilidade, segurança e redução dos custos de transporte. De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apenas 8% das indústrias brasileiras usam a ferrovia como modal para transportar a produção.

Segundo o diretor comercial da Greenbrier Maxion, Luiz Gustavo Vilas Boas, existem vagões no Brasil com aproximadamente 50 anos de uso, o que representa um risco no transporte de cargas. Para modernizar as frotas ferroviárias e reaquecer a indústria, o setor enxerga no governo federal um papel fundamental para evitar o fechamento de novas empresas e o aumento do desemprego, além de proporcionar ao Estado uma maior arrecadação fiscal.

“Entendemos que não dá para fazer uma troca imediata, mas se for criado um programa a longo prazo para substituir vagões, com melhor tecnologia, que tragam redução de carbono, tragam mais segurança, reduzindo o transporte nas rodovias, isso é positivo para o país”, afirma em entrevista à Tecnologística.

O executivo ainda completa dizendo que apesar do crescimento do transporte ferroviário, a compra de equipamentos para o setor vem caindo. Segundo ele, isso deve-se à demora nas renovações das concessões. “Por outro lado, você tem a construção das novas ferrovias que precisa antes de um investimento na infraestrutura e depois os equipamentos, ou seja, nós somos os últimos na cadeia”, pontua.

Diálogo com o governo federal
Em entrevista exclusiva à Tecnologística, Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), comentou que nesta quinta-feira (18) haveria uma reunião da entidade com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para tratar sobre o Programa Frota Ferroviária Verde. “É um programa para a compra de vagões e locomotivas sustentáveis pelo excedente de outorgas que as concessionárias têm. Ou seja, ao invés do excesso da outorga ir para o governo vai para esse programa”, conta.

Em relação a pauta sobre a Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame), Vicente está otimista com o diálogo que vem sendo construído com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Eles estão formatando o novo Finame direto. Isso permitirá com que tenham taxas competitivas que auxiliem a indústria”, explica.

Vicente completa dizendo que “ainda tem outro financiamento que ninguém aposta”, se referindo ao Programa Retrem, lançado em junho de 2019, “com juros extremamente baixos”. “Nós temos um compromisso com o presidente Lula de que ele possa refazer o primeiro mandato dele. Ele junto com a ANTF e a Abifer construiu o Plano Trienal de Vagões. Com isso, nós conseguimos de 2003 a 2005 fazer 15 mil vagões”, pontua.

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