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VLI inicia operação semiautônoma de trens no Corredor Centro-Norte

Projeto Assistente de Condução, em parceria com a Progress Rail, busca melhorar a eficiência energética
Por Redação em 27 de outubro de 2022 às 14h30
VLI inicia operação semiautônoma de trens no Corredor Centro-Norte

Cerca de 50 locomotivas da VLI que circulam no Corredor Centro-Norte do país agora contam a tecnologia Assistente de Condução. Isso significa que quando o trem atinge velocidade superior a 8 km/h, o maquinista pode habilitar a condução semiautônoma, que tem como objetivo buscar o melhor desempenho de eficiência energética e, indiretamente, também contribui para a redução de emissão de CO2. A companhia estima uma economia de 3,5% de combustível com o software no corredor. 

O gerente de Engenharia de Material Rodante da VLI, Julio Bicalho, explica que o sistema passou por adaptações para as especificidades da ferrovia brasileira. “Fizemos diversos testes em campo antes da liberação para a operação. E fazemos melhorias contínuas no sistema, para cada vez mais o aprimorá-lo”. 

O gerente de Engenharia de Operação e Tecnologia da VLI, Fabrício Frade, destaca que, a cada nova versão do software, aumenta-se a capacidade de controle do trem. “No início ele controlava 20% do trecho e hoje esse percentual fica entre 70% e 80%”. 

Julio Bicalho afirma que o papel do maquinista continua sendo essencial na operação do trem, principalmente para assumir o controle na aplicação do freio automático em situações abaixo da velocidade mínima ou diante de qualquer variável não planejada. “O maquinista continua sendo os olhos da condução do trem, responsável por supervisionar a operação do assistente e retomar o controle quando julgar necessário”. 

Parceria 

A operação semiautônoma dos trens é realizada em parceria com a Progress Rail, uma subsidiária de propriedade da Caterpillar desde 2006, que fornece produtos e serviços para sistemas ferroviários. Ela é um dos maiores provedores integrados e diversificados de soluções e tecnologias de infraestrutura e material circulante para clientes de ferrovias globais. 

O sistema Leader, que otimiza a condução do maquinista, bem como a maior parte da frota atual da VLI, são frutos desse trabalho em conjunto. De acordo com Fabrício Frade, o Leader é uma tecnologia da New York Air Brake. “A VLI e a Progress Rail estão instalando e customizando o software para a realidade da VLI, com a cooperação da NYAB”. 

Segundo Bicalho, a VLI e a Progress Rail foram pioneiras nas operações com as locomotivas de tecnologia AC de bitola métrica no Brasil. A tecnologia AC permite a circulação das locomotivas de forma mais eficiente, trazendo vários benefícios, entre eles o aumento do esforço trator que permite acrescentar uma maior quantidade de vagões no trem quando se compara com um trem formado por locomotiva de tecnologia DC. “Além disso, o nosso perfil de linha é muito sinuoso e possuiu muitas rampas, requerendo mais esforço das locomotivas. Com o uso de locomotivas de tecnologia AC conseguiu-se uma redução dos impactos na circulação e manutenção dos trens”. 

Outra parceria no pacote de tecnologia foi a implantação do Automatic Engine Start and Stop (AESS) nas locomotivas. Trata-se de um sistema que desliga e religa as locomotivas nos momentos de parada dos trens. “As locomotivas novas já vêm com essa tecnologia, porém a frota mais antiga não dispunha desse sistema. Foi realizado o projeto de adequação do sistema AESS e implantado em cerca de 80 locomotivas para contribuir com a eficiência do consumo, gerando uma economia em torno de 1,2% de combustível”. 

Outra ferramenta que a companhia desenvolveu e implantou com o objetivo de viabilizar a redução do consumo é o Fuelytics. A solução correlaciona variáveis operacionais e identifica oportunidades de melhorias para otimização da eficiência energética, de modo que contribui para um menor uso de combustível. Com o uso dessa tecnologia, em 2021 a VLI registrou a economia de 1,2 milhão de litros de combustíveis, o que reduziu a emissão de 3,57 mil toneladas de CO2.

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