A Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) está otimista quanto ao ano de 2006. Segundo o presidente da entidade, Luis Cesario Amaro da Silveira, as empresas do setor se sentem em condições de atender às atuais necessidades das operadoras de carga e passageiros. Segundo ele, a capacidade de produção atual pode ser até ampliada, dependendo de programas de aquisição apresentados com a devida antecedência.
Atualmente, segundo ele, a capacidade de produção anual instalada das empresas do setor no País é de 12 mil vagões, com processamento de 85 mil toneladas de fundidos. “A indústria e as operadoras têm de trabalhar em conjunto para atender aos clientes. Nós queremos um programa de compra de material a longo prazo, que possibilite um planejamento melhor de nossa produção”, reinvindica Silveira, que colocou a proposta para a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).
O presidente da Abifer também cobra o governo: “Mesmo com as concessões, existem gargalos, como as passagens em nível e as invasões nas faixas de domínio, que são de responsabilidade do governo. Se os gargalos não forem resolvidos, podem prejudicar o crescimento do setor. O governo precisa fazer sua parte”. Ele também ressalta que “o Brasil evoluiu muito no resgate da confiabilidade do sistema ferroviário desde sua privatização”.
Segundo Silveira, a criação de empresas de leasing e rastreamento de vagões, assim como o substancial aumento das exportações para países da América Latina e da África, são exemplos dessa evolução. “Em parte, o resgate dessa confiabilidade do sistema se deve à nossa capacitação técnica e de gestão. Absorvemos o que há de melhor em matéria de tecnologia no mundo para atender com às necessidades próprias da ferrovia do nosso e de outros países, sob as suas necessidades e circunstâncias”, coloca o dirigente.
Até o final deste ano, a entidade estima que serão produzidos cerca de nove mil vagões no Brasil. Em 2004, foram produzidos 4.500. Em 2005, o faturamento do setor deve ficar em R$ 2,4 bilhões.