O Instituto de Engenharia promoveu na última segunda-feira, 25 de junho, em sua sede em São Paulo, um encontro entre os players do mercado hidroviário e representantes do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, além da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), para apresentar as demandas do setor. Denominado Hidrovia como Vetor de Desenvolvimento e Integração, o evento estimulou a busca por soluções viáveis dos pontos de vista econômico, ambiental e político.
O diretor da Antaq, Adalberto Tokarski, afirma que é preciso chamar a iniciativa privada para que ela cobre pelas melhorias e por conformidades dos projetos apresentados pelo governo federal.
Isso está sendo feito. O coordenador da Divisão Técnica de Logística do Instituto de Engenharia, José Wagner Ferreira, aponta as principais demandas daqueles que atuam no setor hidroviário. Para ele, entretanto, é necessário levar ao conhecimento das autoridades públicas, além das empresas de transporte e logística, as vantagens do transporte pelas vias navegáveis interiores. Entre os mercados que devem ser atraídos ele destaca o de grãos, resíduos e reciclagem, cargas perigosas e cargas de projeto. “Precisamos intensificar projetos de integração modal de maneira a beneficiar o sistema porta a porta”, diz.
Na opinião de Ferreira, para isso alguns prontos devem ser prioritários, como inovar o desenho das embarcações e estudar novos conceitos para operações e transbordo. A qualificação profissional, com a inclusão da navegação interior nos programas de ensino de logística e adaptação dos cursos às atuais necessidades de gestão e tecnologia, também é prioridade.
Quanto à infraestrutura, o coordenador ressalta a importância de se lançar um plano de desenvolvimento que vise a melhoria e a manutenção das infraestruturas de navegação interior e das instalações de transbordo a fim de tornar o transporte interestadual por vias navegáveis mais eficiente. Ele destaca outros fatores, como aliar o plano de promoção das hidrovias a um plano de desenvolvimento regional e estabelecer um programa para eliminar os pontos de estrangulamento, conciliando objetivos políticos com transporte, energia – construindo transposições – meio ambiente e mobilidade sustentável. “Isso só é possível com a implantação de plataforma logísticas”, afirma.
Poder público
O diretor da Secretaria dos Portos, Antonio Maurício Ferreira Netto, reconhece a necessidade de se estabelecer políticas públicas para que as demandas sejam atendidas. Para ele, porém, a estratégia é compatibilizar a atividade de navegação com a geração de energia e a integração modal. Além disso, completa, o trabalho consiste em desenvolver a infraestrutura hidroviária levando em conta aspectos urbanos e regionais.
Alexandre Vaz Sampaio, representante da secretaria de Política e Transportes do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e integrante do Comitê Nacional de Gestão Hidroviária, órgão que elaborou o Plano Hidroviário Estratégico, afirma que os objetivos, competências e meios já estão definidos. Ele divulga que o objetivo é desenvolver ações, articulando demandas prioritárias e estratégicas, criando, por exemplo, os Grupos de Desenvolvimento Regional Hidroviários (GDRHs). Ainda não há datas definidas para o início das ações.