A Scania e a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) inauguraram, em abril, o primeiro laboratório de pesquisa da indústria de caminhões no Parque Tecnológico de Sorocaba, interior de São Paulo. O projeto é fruto de um convênio de cooperação tecnológica assinado entre a montadora sueca e a Poli em 2013 e foi realizado com o apoio da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE).
Ao todo foram investidos R$ 6 milhões na iniciativa, que pretende estudar o comportamento do fluxo de ar dentro dos motores a diesel. “Essa investigação poderá contribuir para melhorar o desempenho dos motores, bem como o consumo e, principalmente, a redução de emissão de gases poluentes na atmosfera”, explica Per Olov Svedlund, presidente e CEO da Scania Latin America.
O conhecimento gerado a partir dessa pesquisa também será aplicado no desenvolvimento de um software para previsão e controle do comportamento do fluxo de ar no motor. A ferramenta poderá ser utilizada futuramente no processo de manufatura de cabeçotes de motores, o que aprimorará o controle de qualidade dos componentes produzidos na montadora sueca.
O laboratório conta com equipamentos criados exclusivamente para o projeto. “Vamos abrigar, por exemplo, uma máquina de ensaio de fluxo de ar nos cabeçotes, que precisou ser desenvolvida e montada na universidade, bem como alguns sensores que não existiam no mercado com a especificidade que o projeto exige”, explica Marcelo Massarani, professor doutor do Centro de Engenharia Automotiva da Poli, responsável pela coordenação da iniciativa. “Essa tecnologia é completamente nova. Criada pelo grupo de especialistas reunidos para esse projeto, ela traz uma série de inovações, como a medição de deslocamentos a laser e a compactação de sensores, além de ser mais eficiente e de baixo custo”, diz.
Além da capacidade para realizar o processamento de simulações virtuais do fluxo de ar nos cabeçotes, o espaço abrigará equipamentos de escaneamento a laser, máquinas operatrizes para a fabricação de peças específicas, entre outros itens necessários para os estudos. Com o apoio dessa estrutura, os pesquisadores poderão fazer ensaios, validar modelos matemáticos e simulações virtuais e fabricar e testar protótipos tridimensionais.