A Scania e a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) anunciaram, em maio, a assinatura de um convênio de cooperação tecnológica para desenvolver pesquisas voltadas aos motores movidos a diesel da fabricante de origem sueca.
O projeto, realizado por meio da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE) – iniciativa da própria Poli que tem como objetivo promover o desenvolvimento tecnológico brasileiro –, visa gerar conhecimento científico em busca de soluções para a redução de emissões de gases poluentes.
No momento, encontra-se em andamento a instalação de um laboratório da Scania no Parque Tecnológico de Sorocaba (SP), ambiente destinado a universidades, escolas técnicas, institutos e empresas que investem em pesquisas de novas tecnologias. O espaço, que deve estar pronto até o final de 2013, será destinado aos ensaios com um dispositivo, a ser desenvolvido pelo projeto, que permitirá estudar o comportamento do fluxo de ar dentro do motor, aspecto que impacta diretamente nas emissões.
De acordo com o gerente de Pesquisas e Desenvolvimento de Trem-de-Força da Scania Latin America, Jairo de Lima Souza, com a utilização de escâneres a laser, as pesquisas devem gerar modelos matemáticos que representam o processo, permitindo a criação de amostras tridimensionais que proporcionarão a realização de simulações virtuais.
A iniciativa surgiu a partir de uma parceria entre a Scania e a Universidade de Estocolmo, na Suécia, onde o modelo matemático inicial foi desenvolvido por um aluno de mestrado que fazia parte da equipe de Souza na fabricante. O modelo foi então apresentado à Poli, que decidiu dar continuidade às pesquisas. A Scania forneceu os subsídios necessários à integração do professor Marcelo Massarani, do Centro de Engenharia Automotiva da Poli, que coordenará as demais etapas do projeto no Brasil.
Com os resultados obtidos, será possível criar um software para previsão e controle do fluxo de ar, ferramenta tecnológica que poderá ser utilizada futuramente em processos de manufatura dos cabeçotes dos propulsores, aprimorando o controle de qualidade dos componentes utilizados pela Scania.
Massarani explica que os trabalhos contarão com a participação de cerca de 20 pessoas, entre professores, pesquisadores, alunos e profissionais da Scania. Segundo ele, a equipe é formada por especialistas em motores a diesel, projetos de máquinas e automação. A previsão é que o projeto apresente duração de quatro anos.