A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Cassioli Brasil apresentaram ontem, dia 27 de outubro, no Campo de Marte, em São Paulo, o armazém central de fardamento reembolsável automatizado. Com investimento de R$ 2,3 milhões, o projeto combinou automação industrial com identificação de produtos por meio de etiquetas de radiofrequência e contou, ainda, com a participação da Bertolini – fornecedora das estanterias.
Segundo o assessor de Tecnologia da Informação da subdiretoria de Abastecimento da FAB, Capitão Robson Teles Peixoto, a iniciativa surgiu em razão do aumento dos itens vendidos, o que gerou complexidade no processo logístico. Para ilustrar, Peixoto divulga que, em 2007, eram 120 mil produtos vendidos por ano e, em 2010, este índice atingiu 220 mil itens.
O Capitão diz que o aumento de vendas gerou gargalos nos processos de recebimento, armazenagem, separação e expedição. “Temos 1.075 diferentes itens no estoque que abastecem 28 lojas espalhadas pelo Brasil, que fornecem os fardamentos para o efetivo da Força Aérea. Antes da automatização, demorávamos três meses e meio para completar o ciclo de suprimento – recebimento de pedido, separação e expedição – de todos os pontos de venda”, conta. Hoje, são necessários 15 dias, comemora.
A automação também já traz outros benefícios, como a redução nos erros de separação. “Cerca de 8% de tudo o que separávamos por dia, algo em torno de 20 mil itens por dia, eram incorretos”, diz. Peixoto ainda não sabe mensurar o desempenho atual, mas ressalta que o objetivo – e o novo sistema permite – é zerar os erros.
Estrutura
A Cassioli, com o apoio da Bertolini, foi responsável pela montagem da estrutura metálica no armazém da FAB, que tem capacidade para 30 mil m³. “Sete mil m³ foram automatizados. São cinco mil caixas destinadas à estocagem dos produtos”, conta.
O funcionamento é simples. Uma estrutura foi concebida para comportar o sistema automatizado e um transelevador, que acessa as caixas e as traz até a área de picking. Integrada também com o projeto foi desenvolvida uma solução para a identificação dos produtos por meio da etiqueta eletrônica. Caso haja erros na quantidade separada, o sistema alerta e demonstra a incorreção.
Peixoto divulga que a FAB já estuda ampliar o sistema. “Em breve, pretendemos evoluir para a próxima fase, onde os militares que trabalham nas lojas poderão receber volumes de expedição realizando a conferência eletrônica utilizando computadores de mão”, revela. Além disso, continua, a venda também será realizada por meio da identificação do número de série de cada produto utilizando um leitor de RFID conectado aos terminais de venda. “A implantação do projeto também permite dar prosseguimento à implantação do e-commerce. Já estamos com um estudo para catalogação visual dos produtos e especificação do software da interface da loja eletrônica”, salienta.