Dale Rogers também falou sobre o que espera para o futuro
O Fórum Internacional de Tecnologia da Informação, Logística e Supply Chain, organizado pelo COPPEAD em São Paulo, teve início quarta-feira com uma palestra do professor Dale Rogers, diretor do Center for Logistics Management, da Universidade de Nevada, nos Estados Unidos. Na sessão geral, Rogers mostrou sua visão da logística atual, falou sobre o papel da Tecnologia da Informação neste ramo e também explicou o que espera ver no futuro.
Rogers definiu como principal ponto da logística atual a integração. Segundo ele, ainda é preciso fazer inúmeras melhorias na relação fornecedores-fabricantes-distribuidores para ser possível falar de cadeia de suprimentos. “Enquanto não tivermos sistemas que conectem as empresas em uma real Supply Chain, não teremos chegado onde precisamos”, disse ele.
Segundo o professor americano, as “regras do jogo definem o comportamento das pessoas”. De acordo com ele, a empresa pode ser muito competente, mas não terá sucesso trabalhando sem regras, e é nesse ponto que a Tecnologia da Informação deve atuar. “A estrutura determina o comportamento, e é a TI que vai estruturar a Supply Chain.” Além da falta de regras, Rogers citou a falta de estrutura física de muitas empresas como outro grave problema. “Mas a TI e a estrutura de integração podem compensar a falta de estrutura física”, disse.
A divisão de gastos com TI também foi assunto da palestra. Ele lembrou que, hoje em dia, a maior parte do investimento é usada na implantação da tecnologia. Nos anos 80, no entanto, essa era a menor parcela, seguida pelos softwares e depois pelos hardwares, responsáveis pela maioria dos gastos. Atualmente, explica ele, o preço dos hardwares caiu bastante e muitas empresas não conseguem ter lucro nesse tipo de ramo, como a IBM, que vendeu sua unidade de fabricação de micro-computadores para uma empresa chinesa.
Rogers mostrou ainda como são feitos os investimentos em Tecnologia da Informação nas empresas americanas. Segundo seus dados, apenas 1% da receita é usado em TI e, desse montante, de 15 a 20% vai para o Supply Chain Management. Para otimizar esses recursos, Rogers sugere e implantação de Service Oriented Architecture (SOA), sistema usado para conseguir tirar o máximo dos softwares. “Esse sistema permite rápidas customizações, a divisão de aplicações em componentes adaptáveis, redução de custos, entre outras vantagens”, disse.
Para o futuro, o professor da Universidade de Nevada traça um retrato inovador e usa como exemplo a página na internet que usa para compartilhar fotos de sua família. Rogers mostrou uma planilha com a grande quantidade de minutos que os crawlers do Google e da Microsoft passaram em seu website. Segundo ele, os crawlers funcionam de maneira metódica e automatizada e são usados por programas de busca para indexar páginas para futuras pesquisas. Para ele, essa função pode vir a ser usada nas cadeias de suprimento no futuro, otimizando o processo ainda mais.