A Rumo lançou na última semana as inscrições para o Fuse, programa que tem como meta desenvolver alternativas e soluções com foco na redução de abalroamentos (colisão envolvendo trens e veículos automotivos) e atropelamentos. Os interessados em apresentar suas propostas, sejam startups, empreendedores ou estudantes, têm até o dia 26 de junho para se inscrever.
Finalizada a fase de inscrição no Fuse, serão selecionadas 20 propostas, sendo metade para redução de atropelamentos e as outras dez para abalroamentos. Na etapa seguinte, de imersão, os participantes e suas respectivas equipes terão acesso a dados técnicos e poderão contar com mentorias para aprofundar os estudos e o desenvolvimento de seus projetos.
Após as etapas de qualificação, serão selecionadas quatro ideias para assinatura de um contrato de até R$ 200 mil em investimentos no desenvolvimento do protótipo. Trata-se de um programa de aceleração equity free, ou seja, sem cobrança de participação societária ou assinatura de contrato de exclusividade entre a Rumo e as equipes selecionadas.
Na última fase, de aceleração, os quatro finalistas têm à disposição a estrutura da Hards, aceleradora brasileira de software e hardware instalada no Sapiens Parque, em Florianópolis. Em um trabalho junto ao Instituto da Indústria, pertencente à Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), e a Produza, especializada em montagem de placas eletrônicas, os participantes poderão utilizar de forma gratuita o laboratório da Hards, que conta com uma infraestrutura completa para prototipar, testar e fabricar lotes pilotos.
O diretor de Tecnologia da Rumo, Roberto Rubio Potzmann, afirma que a empresa está levando à sociedade uma discussão sobre um trânsito mais seguro, questão primordial que impacta todas as ferrovias do país. “Fizemos investimentos de grande magnitude em questões que envolvem a segurança na ferrovia. O edital é mais uma iniciativa focada em soluções para que a incidência de atropelamentos e abalroamentos seja reduzida”, diz.
Desafio global
A segurança nos cruzamentos entre a linha férrea e as vias urbanas, chamados de passagens em nível, é debatida de forma recorrente por ferrovias no mundo todo. Em seus cerca de 14 mil quilômetros de trilhos, a Rumo registra ocorrências relacionadas ao desrespeito às leis de trânsito e sinalizações ou à desatenção de motoristas e pedestres nas travessias, além de práticas irregulares como pegar carona no trem ou pular vagões.
Segundo Potzmann, a ideia do programa de aceleração é avaliar quais medidas efetivas podem ser adotadas para solucionar essas problemáticas. “Estamos vivenciando uma era de constantes transformações tecnológicas na indústria 4.0, e a ferrovia não parou no tempo. Hoje, aplicamos uma tecnologia robusta para ter uma operação ferroviária eficiente e segura. Queremos que ela seja cada vez mais.”