A sanção do marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, em agosto, deve viabilizar projetos que aguardavam um respaldo jurídico para avançar. Apesar de oferecer maior segurança para investidores, a lei ainda deixa lacunas, como a definição sobre incentivos do Tesouro Nacional, a destinação inicial da produção para o mercado externo e o processo de certificação em conformidade com padrões internacionais, principalmente europeus.
No Ceará, o Porto de Pecém já conta com 36 memorandos de entendimentos, com empresas como Fortescue, Casa dos Ventos e AES Brasil prevendo investimentos de até US$ 30 bilhões. A Fortescue, por exemplo, planeja investir R$ 20 bilhões em um projeto para produzir 837 toneladas diárias de hidrogênio verde até 2027, utilizando 2,1 GW de energia renovável.
A produção inicial do hidrogênio verde tende a ser voltada para exportação, com o Porto de Roterdã, na Europa, como principal destino. Especialistas do setor apontam que, se os projetos no Brasil ganharem escala, o mercado pode atrair mais investimentos, especialmente no setor elétrico, ao criar uma nova demanda por energia renovável.
Entidades e empresas ainda aguardam a regulamentação de pontos críticos, como a certificação do hidrogênio de acordo com normas internacionais e a definição de um modelo eficiente para a alocação de incentivos fiscais.