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Associação premia os vencedores de 2005

Por Redação em 9 de dezembro de 2005 às 12h31 (atualizado em 28/04/2011 às 14h55)

Em cerimônia ocorrida ontem à noite na sede da Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na capital paulista, a Associação Brasileira de Movimentação e Logística (ABML) entregou o VI Prêmio ABML de Logística aos melhores projetos em seis categorias, escolhidos por uma banca examinadora composta por professores da área.

Os vencedores foram: TV Globo – Globo participações S/A, na categoria Sistema de Movimentação e Armazenagem; TNT Logistics Ltda., na categoria Tecnologia de Informação Aplicada à Logística; Ipiranga Petroquímica e Cia. Vale do Rio Doce, na categoria Terceirização em Logística; Grupo RFID/EPC Brasil (formado por Pão de Açúcar, Procter & Gamble, Gillette, Accenture e Chep), na categoria Projetos Colaborativos; Pepsico do Brasil, como Projetos Especiais; e Rodolfo Crystello Davariz, do Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro, orientado pelo professor Luiz Antônio Silveira Lopes, na categoria Estudante de Logística.

Este ano a ABML comemorava um número recorde de inscritos. Foram mais de 30 trabalhos de alto nível, demonstrando a evolução da logística no mercado brasileiro. Para Pedro Francisco Moreira, presidente do Conselho de Administração da ABML, as empresas ganhadoras demonstram que o prêmio vem se tornando uma referência no setor, incentivando as boas práticas da logística. “Participaram quarenta empresas nacionais e multinacionais, além de várias instituições e estudantes de logística. Fica claro que o Brasil está progredindo na geração e disseminação do conhecimento da logística e cadeia de suprimentos, evoluindo das questões operacionais para a preocupação com aspectos táticos e estratégicos”.

Moreira destacou ainda a isenção do prêmio, que não tem patrocinadores e cujos vencedores são escolhidos por uma banca examinadora formada por professores iminentes, como Hugo Yoshizaki, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo; Ofélia Lanna Torres, do IGEMP – Instituto Gestão Empreendedora; Paulo Fernando Fleury, do Centro de Estudos em Logística da Coppead/UFRJ; e Reinaldo Morábito, da Universidade Federal de São Carlos.

Ano bom

Falando aos convidados na cerimônia, o presidente da ABML, Márcio Frugiuele, o ano de 2005 foi bom para a entidades, apesar da instabilidade política e econômica que o País atravessa e o segmento se destacou frente a outros setores da economia.

Ele destacou três frentes em que a associação consolidou projetos: o primeiro foi a abertura de sedes regionais em outros estados, ampliando a cobertura geográfica da ABML; o segundo foram as parcerias fechadas com centros de Estudos, como a Universidade Nove de Julho – Uninove, de São Paulo; e a parceria com outras entidades e federações, como a própria Fiesp.

Veja a seguir um resumo dos trabalhos vencedores do VI Prêmio ABML:

Sistema de Movimentação e Armazenagem
TV Globo - Globo Comunicação e Participações S/A

Para atender a demanda de figurinos nas produções da TV Globo, é disponibilizado um almoxarifado que gerencia e controla a entrada e saída dessas peças para cada gravação. Um dos grandes problemas para a gestão do almoxarifado desta natureza era a lentidão na identificação dos figurinos e peças de vestimenta, apesar de estar sendo utilizado sistema de leitura ótica e código de barras. Buscou-se então uma tecnologia mais avançada para a identificação desses materiais, que permitisse a coleta de dados de forma mais rápida e eficiente. A solução encontrada pela TV Globo foi implantar o sistema de identificação por radiofreqüência (RFID – Radio Frequency Identification), considerado pelos especialistas um dos maiores avanços tecnológicos para aplicação na logística e cadeia de suprimento. Com o novo sistema, os processos se tornaram mais eficientes e confiáveis. Para se ter uma idéia, as identificações dos figurinos ficaram até oito vezes mais rápidas em relação ao sistema anterior de código de barras. Este projeto inovador tornou a TV Globo uma das pioneiras mundiais a utilizar com sucesso a tecnologia de RFID em suas operação de movimentação, armazenagem e gestão de figurinos e peças de vestimenta.

Tecnologia da Informação Aplicada à Logística
TNT Logistics Ltda
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Um dos grandes problemas encontrados pela TNT em suas operações logísticas era o atendimento descentralizado de clientes pelas várias unidades do grupo. Isto gerava inconsistências entre as filiais no tocante à gestão desse atendimento, aos padrões dos processos e respectivos controles. O Projeto STI (Serviços de Informação de Transporte) desenvolvido pela empresa consistiu na estruturação de uma área centralizada para o gerenciamento de todas as informações das operações de transporte realizadas ou não pela TNT na América do Sul. Hoje, esta área é capaz de rastrear todo o ciclo da informação desde a saída da carga em suas origens, realizar o monitoramento via satélite, acompanhar as entregas nos destinos e administrar os comprovantes de entrega das cargas. Toda esta estrutura está sendo suportada por um software de Customer Relationship Management – CRM, integrado aos sistemas corporativos da empresa, unificando assim todas as informações em uma base única. Além disso, a solução agilizou sobremaneira tanto o processo de resposta às solicitações dos clientes como a resolução das ocorrências. O projeto STI demandou investimentos na ordem de R$ 1.1 milhão.

Terceirização em Logística
Ipiranga Petroquímica e Cia Vale do Rio Doce


A Ipiranga Petroquímica é a maior produtora de polietileno de alta densidade da América Latina. Visando focar seus esforços na sua atividade-fim e entendendo a necessidade de reduzir seus custos logísticos para manter a competitividade em um mercado de commodities, optou por gerir sua operação logística através do modelo 4PL – um aprimoramento da terceirização de sua logística. Desde outubro de 2004, a gestão da logística que vai do ensaque do produto até a sua entrega ao cliente final é realizada pela Cia. Vale do Rio Doce. Esse caso de sucesso contou com a aplicação de diversas técnicas de gestão, modelos de contratação de terceiros, além da implantação de vários sistemas de controle da operação incluindo a movimentação, a armazenagem e o transporte. Por exemplo, com a centralização dos depósitos, foi possível melhorar a produtividade na expedição e padronizar o nível de serviço que antes era prestado por diversos provedores. Outra boa prática: o modelo de remuneração na transferência das plantas para os depósitos incentiva a produtividade e compartilha os riscos gerados pela flutuação da demanda. O projeto possibilitou a redução de 4% nos custos logísticos da IPQ, que eram da ordem de R$ 90 milhões em 2004. Ou seja, uma economia anual de R$ 3.6 milhões.

Empresa fornecedora: Companhia Vale do Rio Doce

VEJA MATÉRIA COMPLETA SOBRE O PROJETO DA IPIRANGA PETROQUÍMICA COM A CVRD NA EDIÇÃO DE NOVEMBRO (Nº 120) DA REVISTA TECNOLOGÍSTICA

Projetos Colaborativos
Grupo RFID/EPC Brasil - Pão de Açúcar, Procter & Gamble, Gillette, Accenture e Chep


Em 2002, a Companhia Brasileira de Distribuição (Pão de Açúcar), propôs a criação de um grupo de trabalho com a participação de Procter & Gamble, Gillette, Accenture e Chep para estudar a viabilidade de aplicação da tecnologia de radiofreqüência – RFID/EPC no mercado brasileiro, desvendando as oportunidades mais relevantes, os desafios para a sua implantação na cadeia de suprimento brasileira, os custos e benefícios, além de traçar um mapa de aplicação dessa tecnologia. O estudo também incluiu a realização de um piloto no final de 2004, que compreendeu a circulação de mil paletes Chep com etiquetas inteligentes, utilizados na movimentação de produtos da P&G e Gillette para o centro de distribuição da CBD. Uma vez vazios, os paletes inteligentes retornavam para a Chep. Todas as informações compartilhadas entre os parceiros foram sincronizadas numa base de dados comum. Como base neste estudo e em outras experiências internacionais, foi possível estimar melhorias potenciais advindas da implantação dessa tecnologia ao longo da cadeia de suprimento, como redução nos níveis de estoque e de ruptura na ordem de 10%, aumento de 3% a 12% na produtividade da força de trabalho, entre outros. O compartilhamento das informações e conhecimento, bem como o sentido comum de colaboração entre os participantes, foram fundamentais para o sucesso deste caso.

MATÉRIA COMPLETA SOBRE O PROJETO DO GRUPO RFID/EPC BRASIL SERÁ PUBLICADA NA EDIÇÃO DE FEVEREIRO DE 2006 (Nº 123) DA REVISTA TECNOLOGÍSTICA. AGUARDE


Projetos Especiais
Pepsico do Brasil

Nenhuma outra operação Pepsico Inc. no mundo encontra tamanha complexidade para distribuir os produtos Elma Chips como a observada na subsidiária brasileira, onde a extensa área territorial associada à demanda desbalanceada entre as regiões do País gera distancias médias de 700 km entre os quatro Centros de Distribuição principais da empresa e os oitenta e seis Centro de Distribuição de Vendas (CDVs) espalhados pelo Brasil. Tal complexidade é ainda agravada pela alta concentração de venda nas semanas de fechamento. Para vencer tamanho desafio, a Pepsico do Brasil implantou o sistema de Reposição Contínua de Inventário (RCI), que se baseou na migração do método de abastecimento Push (empurrar) para o método Pull (puxar), baseado em ferramentas de gerenciamento de níveis de inventário por produto nos CDVs. O novo sistema gerou uma forte mudança cultural interna. A mecânica de atendimento de pedido com periodicidade semanal foi substituída pelo processo de reposição contínua de inventários, que além de reduzir drasticamente o índice de falta de produtos em estoque, aumentou significativamente a disponibilidade de produtos Elma Chips nos pontos de venda. Para se ter uma idéia dos benefícios advindos deste novo sistema, as economias geradas pela eliminação de perda de vendas por falta de produtos estão na ordem de R$ 6 milhões por mês.


Estudante de LogísticaRodolfo Crystello Davariz – Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro/Mestrado em Engenharia de Transporte
O projeto de rede logística é um dos principais problemas de planejamento logístico. Com a globalização da economia, aumentou a necessidade das empresas revisarem seus sistemas logísticos com maior freqüência, uma vez que os mercados se expandiram e a competição se acirrou, exigindo maior controle sobre os custos e melhores níveis de serviço. O trabalho desenvolvido apresentou uma revisão do projeto de rede logística, ou seja, sobre a configuração de cadeias de suprimento, envolvendo decisões como: localização de fábrica e/ou centros de distribuição e alocação de fluxos de materiais a essas instalações, considerando diferentes alternativas de transporte. O estudo considerou ainda uma caracterização das cadeias de suprimento, uma revisão bibliográfica dos modelos existentes, um detalhamento do processo de análise e um estudo de caso voltado para a cadeia de suprimento de biodiesel, que serviu para demonstrar a aplicabilidade de um modelo de programação matemática na solução de um problema real. Em termos práticos, este trabalho é de extrema utilidade e serve para auxiliar um analista quanto às etapas a serem realizadas no desenvolvimento de um projeto de rede logística. O principal benefício é o maior alinhamento entre os objetivos estratégicos do projeto e seus resultados.

Orientador: Prof. Luiz Antônio Silveira Lopes, D. Sc.
Coordenador da Pós-Graduação em Engenharia de Transportes do Instituto Militar de Engenharia

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