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ABML anuncia ganhadores do 4o Prêmio de Logística

Por Redação em 17 de outubro de 2003 às 16h22 (atualizado em 04/05/2011 às 16h24)

A Associação Brasileira de Movimentação e Logística divulgou ontem, 16 de outubro, os ganhadores da quarta edição do Prêmio ABML de Logística. A premiação ocorreu ao final do V Congresso da entidade, realizado nos dias 15 e 16, em São Paulo.

O prêmio foi dividido em cinco categorias e 25 empresas inscreveram seus cases, que foram analisados por uma comissão julgadora formada pelos professores Paulo Fernando Fleury, do CEL/Coppead; Hugo Yoshizaki, da Fundação Vanzolini/USP; Ofélia Lanna Torres, da FGV/SP e Reinaldo Morábito, da UFSCAR. Para manter a integridade do processo, a ABML não aceita patrocinadores para o prêmio.

Na cerimônia de entrega, foram homenageados o cliente e a empresa fornecedora da solução. Os vencedores de 2003 e suas respectivas categorias foram: Frame Madeiras Especiais Águia Sistemas e Scheffer Automação Logística (categoria "Sistemas de Movimentação e Armazenagem"); Philip Morris do Brasil (categoria "Sistemas de Embalagem e Unitização de Cargas); Elektro Eletricidade e Serviços S. A. e Armazéns Gerais Columbia (categoria "Terceirização em Logística"); Lojas Renner e Mostoles do Brasil (categoria "Projetos Colaborativos") e CSN e América Latina Logística do Brasil (categoria "Projetos Especiais").

Veja a seguir um resumo dos cases e a opinião dos ganhadores sobre o prêmio

Frame Madeiras Especiais e Águia/Scheffer
Sistemas de Movimentação e Armazenagem

A Frame, especializada na manufatura e exportação de móveis, chapas compensadas e portas, preocupada em eliminar problemas entre a colheita florestal e o suprimento para produção, investiu em um centro de distribuição para madeira serrada seca, selecionada e paletizada, integrado às diversas etapas da cadeia produtiva e funcionando como estoque regulador. O novo CD é comandado por um Sistema de Gerenciamento de Armazém conectado ao ERP corporativo. Todas as etapas de movimentação são automatizadas, com suporte de transelevador, carro satélite e de transportador, que disponibilizam as madeiras para as linhas de produção. Este sistema tem proporcionado plena visibilidade dos fluxos de madeira e gerado benefícios como Incremento Médio Anual da floresta igual a 35m³, ou 75% superior à colheita sistêmica/convencional; redução de até 50% no desperdício no desdobro da madeira e, principalmente, a possibilidade de seleção da madeira em função da necessidade vinculada à disponibilidade do estoque e da floresta.

"É o terceiro ano consecutivo que participamos e ganhamos este prêmio com nossos clientes. Recebê-lo é uma honra para a Águia, mostra que estamos no caminho certo, com práticas e soluções logísticas inteligentes, que nos dão o mérito de ganhar um prêmio competitivo como este. Temos buscado novas tecnologias, produtos novos, a solução que o cliente necessita e não apenas produtos de prateleira. O prêmio vem coroar tudo isso, nos incentiva e dá mais força para evoluirmos. Esse projeto é totalmente diferente, ele não é padrão, é feito sob medida para as necessidades da Frame". Robson Gonçalves Ribeiro, gerente de Negócios da Águia Sistemas.

Philip Morris Brasil
Sistemas de Embalagem e Unitização de Cargas

A distribuição física de cigarros se caracteriza por ser uma operação extremamente pulverizada, contemplando grande quantidade de pontos de entrega e elevado número de entregas por veículo. No caso da Philip Morris, inclui a preparação de 3.000 pedidos por dia. Isto gerava compra e consumo elevados de caixas de papelão ondulado para a consolidação desses pedidos (para 10 e 25 pacotes). Após vários estudos, desenvolveu-se um sistema para reutilização das caixas de papelão ondulado provenientes da fábrica, que comportavam 50 pacotes de um mesmo produto e eram descartadas no CD da empresa. Este sistema incluiu a utilização de uma máquina de corte, que transforma as caixas originárias da fábrica em caixas menores e adequadas ao embalamento de pedidos. Além disso, foi também incorporado um programa para estimular a devolução das caixas utilizadas pelo varejo. Entre os resultados obtidos, destacam-se: pay back de quatro meses, redução anual de despesas na ordem de R$ 150 mil e drástica diminuição do descarte de papelão ondulado.

"O prêmio é muito importante por ser o reconhecimento do trabalho que o meu time de logística fez. A equipe trabalha bastante unida e teve um idéia maravilhosa: reciclar as caixas que recebemos da fábrica e transformá-las em caixas para expedição aos clientes de varejo. Hoje, aproveitamos 100% das caixas que vêm da fabrica e não compramos mais as caixas de pré-separação. Além da economia, colaboramos com a preservação do meio ambiente e incentivamos a reciclagem, o que por si só é muito importante". Sérgio Alacoque da Costa, gerente de Logística da Philip Morris

Lojas Renner e Mostoles do Brasil
Projetos Colaborativos

O varejo de moda vem sofrendo grandes transformações no mundo inteiro. O modelo emergente, definido na Itália como "pronto moda", busca velocidade, capacidade de resposta e renovação permanente de estoques nas lojas. O produto passa a ser desenvolvido por temas coordenados (ao invés de coleções), que se sucedem em ciclos cada vez mais curtos. Dentro desse cenário, a Renner entende que é imperativo desenvolver um ambiente de cooperação junto aos elos de sua cadeia de suprimentos. A Renner também buscou um fornecedor de equipamentos de movimentação e armazenagem que, além de prover tecnologia, estivesse alinhado com as tendências mundiais e as melhores práticas de mercado. Nesse caso, a solução incluiu ampla revisão de processos, instalação de transportador aéreo no CD, instalação de telescópicos nas docas, monitoração dos trilhos, entre outras ações. Os benefícios gerados incluem: redução da mão-de-obra em 30%; do tempo de processamento das peças em 50%; redução em 20% no índice de quebra; aumento da capacidade e produtividade nas etapas de processamento e redução de estoques, entre outros.

"Foi o primeiro ano que participamos do prêmio e o projeto que desenvolvemos com a Renner demorou três anos para ser implementado, ao longo dos quais desenvolvemos o projeto de criação e automação do centro de distribuição. A Móstoles não se posicionou apenas como uma fornecedora de equipamentos, mas sim como um parceiro comprometido com o sucesso desse projeto. Foi por isso que colocamos o projeto como colaborativo, pois envolveu o fornecedor e o cliente. Para nós, é uma satisfação muito grande sermos reconhecidos com este prêmio, porque isso mostra a importância que o mercado dá hoje a um fornecedor que não só traga a tecnologia mas também conhecimento, melhores práticas, e que possa trazer melhorias a um cliente tão importante como é a Renner. O projeto vai além do equipamento, e o fato de sermos reconhecidos e premiados, mostra que o mercado enxerga o projeto da mesma maneira". Daniel Mayo – Mostoles do Brasil.

Elektro Eletricidade e Serviços S. A. e Armazéns Gerais Columbia
Terceirização em Logística

O projeto de renovação do Sistema Logístico da Elektro surgiu da necessidade de melhorar o nível de serviço aos clientes internos e externos, então considerado muito baixo e que não ultrapassava o limite de 68%. Além disso, os elevados níveis de estoques e seu alto índice de descentralização, as condições inadequadas das estruturas físicas de distribuição, as dificuldades em obter melhorias operacionais e reduções de custos, foram outros motivadores que impulsionaram a execução do projeto. Após profunda análise e estudo da situação de então, associados à identificação de seis drivers que serviram como âncoras para identificar a melhor estratégia operacional para a empresa, chegou-se a um modelo logístico que incluiu: a centralização dos estoques, a terceirização de várias atividades junto ao operador logístico e a introdução de conceitos avançados de gestão logística. Os principais resultados obtidos foram: redução de 34% do capital investido em estoques (considerando um nível de disponibilidade de 98% de atendimento), nível de serviço equivalente a 96%, redução de 36% nos custos logísticos, otimização das operações de transporte e melhor acuracidade do processo, bem como condições para execução de 100% dos serviços e projetos dentro dos prazos e condições pré-estabelecidas.

"Para nós da Elektro, esse prêmio deixa a certeza de que o que planejamos e idealizamos há anos atrás realmente estava correto e que temos a empresa certa prestando serviços logísticos para nós. Desde o início em 2001, quando decidimos terceirizar, estamos com a Columbia; fizemos uma revisão no processo este ano e vimos que quem deveria estar conosco era mesmo a Columbia, por isso renovamos o contrato com eles por mais cinco anos. . Inicio 2001, depois agora 2003 e agora renovando por mais cinco anos com a Columbia". Francisco Jorge Stuart Neto, gerente de Suprimentos e Logística da Elektro.

"Pela Columbia, também é uma satisfação receber este prêmio; estamos colhendo os frutos após três anos de implantação. O processo se depurou e se fortaleceu a ponto de a Elektro ter renovado o contrato conosco por mais cinco anos. Isso mostra o trabalho de qualidade e a parceria forte com nosso cliente." Milton Santos, gerente de Operações e Implantações da Columbia.

Projetos Especiais
CSN e América Latina Logística do Brasil

A CSN possui vários clientes situados na região Sul do Brasil, que consomem em torno de 20 mil toneladas de produtos siderúrgicos por mês. Toda distribuição física era feita a partir do seu CD localizado em Volta Redonda (RJ), via modal rodoviário. Isto resultava em lead time alto, custos elevados de transporte e aumento das áreas para a armazenagem, gerado pela dificuldade em melhor coordenar as variáveis "crescimento dos volumes de produção, fluxos e estoques nos clientes". Mediante este cenário, a ALL desenvolveu para a CSN uma operação just in time que envolve a transferência de bobinas de aço de Volta Redonda para Porto Alegre pelo modal ferroviário, passando por três concessões: MRS, Ferroban e ALL; armazenagem em CD Avançado em Porto Alegre; e distribuição física a clientes, via modal rodoviário, incluindo frota dedicada de 15 veículos. Todo modelo está suportado por ferramentas que permitem o monitoramento on line da carga. Além da sensível melhoria no nível de serviço, essa solução proporcionou: redução de estoques e áreas de armazenagem, redução de cycle time, abastecimento do cliente no prazo máximo de 24 horas a partir do pedido e redução de 15% nos custos logísticos.

"Antes da ALL, fazíamos o transporte rodoviário direto de Volta Redonda e vimos a necessidade de buscar a intermodalidade, com utilização da ferrovia, rodovia e cabotagem, e é isso a ALL vem desenvolvendo para nós. É um trabalho constante. O prêmio é motivante e mostra que o trabalho colaborativo agrega cada vez valor mais ao processo, para a CSN e para o fornecedor, o que é muito importante. Cada vez mais se comprova que o processo colaborativo fortalece a cadeia e todo mundo ganha. Dimas Bonafé, gerente de Logística da CSN.

"Para a ALL, ganhar este prêmio é a comprovação que ela vem trabalhando no caminho certo, no sentido de oferecer projetos multimodais que são viáveis e vêm trazendo competitividade com grande nível de serviço para nossos clientes. É a primeira vez que o prêmio é dado para uma operação que envolve o modal ferroviário, então tem um valor especial, porque é inédito. E ainda mais por envolver um material delicado como são as bobinas de aço da CSN. Este projeto tem um trabalho de equipe muito grande por trás, para vir tirando os gargalos da operação. É um trabalho muito bonito". Bruno Lino – Coordenador Comercial da América Latina Logística do Brasil.

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