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Terminal da BTP é inaugurado oficialmente em Santos

Estrutura aumenta em cerca de 30% a capacidade de movimentação de contêineres no porto
Por Redação em 29 de novembro de 2013 às 9h28

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Após seis anos desde a concepção do projeto, a Brasil Terminal Portuário (BTP) inaugurou nesta quinta-feira, em Santos (SP), o seu terminal multiuso, localizado na margem direita do Porto Organizado, na região da Alemoa. A cerimônia foi simbólica, uma vez que a estrutura já havia iniciado suas operações em agosto passado, após a obtenção da licença ambiental, da declaração de alfandegamento e da licença de operação.

A inauguração contou com a presença do ministro Antonio Henrique da Silveira, da Secretaria Especial de Portos (SEP); do presidente da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Pedro Brito; do prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa; e do presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Renato Barco, além de várias autoridades. A BTP foi representada pelo seu presidente, Henry Robinson, e pelos executivos das empresas investidoras, Vikram Sharma, CEO da Terminal Investment Limited (TIL) e Kim Fejfer, CEO da APM Terminals.

A nova estrutura, que consumiu investimentos de R$ 2 bilhões até a inauguração, está instalada em uma área de 490 mil m² e, quando todas as etapas estiverem concluídas, terá capacidade para movimentar 1,2 milhão de TEUs por ano e 2,4 milhões de toneladas de granéis líquidos. Ela conta com três berços, 1.108 metros de cais e 1.582 tomadas reefer, tendo gerado até agora cerca de 1.500 empregos diretos e nove mil indiretos na região. A empresa não informou qual a capacidade do terminal hoje, com o calado atual.

Segundo o presidente da BTP, a operação plena da primeira fase está dependendo da conclusão da dragagem do canal de acesso, sob responsabilidade da Codesp e da SEP. A operação irá resultar num calado de cerca de 13 metros. De acordo com Silveira, as obras devem estar concluídas ainda este ano. O ministro da SEP adiantou, ainda, que já está prevista no Plano Nacional de Dragagem uma nova fase de obras, que aprofundará o canal para mais de 15 m , o que permite a operação dos navios de nova geração que vêm operando na costa brasileira, com capacidade superior a 9 mil TEUs. “O edital desta nova fase deverá ser lançado até o final do ano”, afirmou o ministro.

Quanto ao terminal de granéis líquidos, previsto para a segunda fase do terminal, ainda não tem previsão de início de operações, uma vez que o projeto inicial teve de ser modificado. Uma intervenção de aumento do canal consumiu parte da área prevista para os granéis e causou conflito com outro terminal ao lado, o Tegla (Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa). “O projeto está sendo revisto para realocação de áreas e a conclusão do estudo está prevista para o primeiro semestre de 2014”, informou Robinson.

Investidores

O terminal da BTP é fruto da joint-venture entre dois gigantes mundiais do setor portuário, que trouxeram todo o conhecimento, tecnologia e eficiência às operações, resultando numa estrutura de classe mundial.

A APM ocupa a segunda posição mundial entre os operadores de terminais de contêineres, emprega 20 mil pessoas e está presente em 68 países, com 62 terminais – além de outros sete em desenvolvimento – tendo movimentado 35,4 milhões de TEUs em 2012. Já a TIL é o sexto maior operador global de terminais de contêineres e está presente em 18 países, com 27 terminais, que movimentaram 26 milhões de TEUs no ano passado. Ambas possuem parcerias com grandes armadores: a TIL tem um compromisso com a MSC segundo o qual a armadora dá preferência aos seus terminais nos portos escalados. Já a APM pertence ao grupo dinamarquês A.P. Moller-Maersk, e tem uma jont-venture com a CMA-CGM.

Os presidentes das duas companhias destacaram o interesse em continuar investindo na infraestrutura portuária brasileira, mas disseram que para tanto deve haver a contrapartida do poder público em investir em acessos e infraestrutura de apoio. “Queremos continuar vendo novas oportunidades de crescimento. Esperamos que o ambiente de negócios evolua, que haja mais transparência e clareza nos marcos regulatórios, para que tenhamos confiança em investir”, declarou Kim Fejfer. Além de Santos, a APM possui outras operações no Brasil, em Pecém (CE) e Itajaí (SC).

Sharma, por sua vez, destacou que a América do Sul e a África ficaram de lado no movimento mundial de conteinerização e que agora é a hora dos investimentos no setor, e o Brasil é o mercado mais importante da região.

Sustentabilidade e novas concessões

Além do aumento de capacidade do porto, o projeto da BTP também resolveu o maior passivo ambiental portuário brasileiro, já que foi construído na área do antigo lixão da Alemoa, que era utilizado como depósito de todo o material descartado no porto santista. Somente na descontaminação do solo, foram investidos R$ 250 milhões. Para o ministro da SEP, isto é prova de que pode haver grandes projetos de infraestrutura amigáveis ao meio ambiente.

Silveira ressaltou, ainda, que a nova estrutura aumenta o ambiente competitivo dos terminais de contêineres do Porto de Santos, destacando que houve poucos arrendamentos em portos organizados nos últimos dez anos, enquanto floresceram os terminais privativos. “Isto é exemplar e explica o novo marco regulatório que o governo Dilma está implementando.”

O ministro adiantou, também, que o primeiro lote do programa de concessão de portos do governo federal terá uma assembleia para análise técnica no dia 11 deste mês e, caso aprovado o parecer, a licitação – inicialmente prevista para 2013 – deverá ocorrer entre janeiro e fevereiro próximos. O primeiro lote de licitação inclui áreas nos portos de Santos e do Pará. No total, o governo pretende licitar 52 áreas.

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