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SEP apresenta plano de licitações para Paranaguá

Autoridades indicam que projeto precisa passar por mudanças para atender plenamente às necessidades do Porto
Por Redação em 30 de setembro de 2013 às 15h28 (atualizado às 16h25)

A Secretaria de Portos (SEP) da Presidência da República apresentou, no dia 27 de setembro, na sede da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), em Curitiba, o plano do governo federal para arrendamentos no Porto de Paranaguá, que totaliza investimentos de R$ 2,6 bilhões.

Serão licitados dez novos terminais no local, abrangendo as áreas de grãos, fertilizantes, granéis líquidos, celulose, carga geral, contêineres e veículos. De acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário da SEP, Rogério Menescal, o projeto ainda não está em sua versão final, pois deve ser submetido à consulta pública. “Queremos ouvir a comunidade, receber contribuições para eventuais mudanças”, disse durante a apresentação, que reuniu cerca de 200 representantes dos segmentos portuário, agrícola e industrial.

De acordo com a proposta, 17 áreas de expansão – das 20 apresentadas no Plano de Zoneamento do Porto Organizado (PDZPO), projeto concluído em maio de 2012 – serão transformadas nos dez novos terminais, que conterão ainda seis novos berços. O objetivo, de acordo com o governo, é melhorar a eficiência operacional para aumentar a movimentação de carga em Paranaguá, chegando a 76,4 milhões de t anuais, crescimento de 89% diante dos 41 milhões de t registrados em 2011.

Para o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, o plano do governo federal não atende a todas as demandas do estado do Paraná. “Se o Brasil quiser se posicionar como uma grande potência mundial, ele tem que ter uma porta de entrada e de saída nos moldes de outros países. O Porto de Paranaguá precisa de um tratamento diferenciado”, disse. Segundo os presentes, o projeto apresentado desvirtua o que foi discutido no PDZPO.

O secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho, concorda. “Paranaguá foi tratado como os demais portos, quando merecia ter um tratamento um pouco diferente, pois fizemos o dever de casa”. De acordo com ele, o PDZPO serviu de modelo para todo o país.

“Cabe a nós darmos nossa contribuição ao processo”, analisou o superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino. “O Paraná é um estado maduro para tratar deste tema. Fomos os primeiros a apresentar o plano de arrendamentos, temos plenas condições de buscar aperfeiçoar o que foi apresentado. Nosso trabalho agora será convencer os técnicos que elaboraram esta proposta sobre a importância do estado no contexto portuário nacional”, disse o executivo, ressaltando ainda a importância da discussão pública no processo.

A consulta, que se inicia hoje, dia 30, vai até 25 de outubro. Além disso, uma audiência pública presidida pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) está marcada para o dia 14 de outubro, em Paranaguá, para receber contribuições da comunidade.

Obras e equipamentos

O governador do Paraná Beto Richa assinou hoje, dia 30, contratos que autorizam obras de recuperação das vias de acesso e aquisição de novos carregadores de navios para o Porto de Paranaguá, além da dragagem de manutenção em Paranaguá e Antonina. Juntas, as iniciativas somam investimentos de R$ 175,7 milhões.

Do total, R$ 115 milhões serão destinados à dragagem dos canais de acesso, bacia de evolução e berços de atracação. As atividades devem durar um ano e a estimativa é que cerca de sete milhões de m³ de sedimentos sejam retirados dos locais.

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) destinará R$ 59 milhões para a compra de quatro carregadores de navios, ou shiploaders, da empresa Tecnologia em Movimentação. Os novos equipamentos, que substituirão carregadores dos anos 70, devem proporcionar um ganho de 33% na produtividade do corredor de exportação de Paranaguá.

Por fim, R$ 2,4 milhões serão direcionados para a restauração da região retroportuária, com o objetivo de aumentar a eficiência do tráfego de veículos, em obras de recuperação do concreto de dez vias de acesso ao porto, concretadas pela própria Appa em 2004.

 
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