Terminal importou, apenas no mês de abril, 584 mil toneladas do produto
O Porto de Paranaguá (PR) registrou no último mês de abril a movimentação de 584 mil toneladas de fertilizantes, maior quantidade de importação para o mês em oito anos. Com isso, chega a quase dois milhões de toneladas o total deste tipo de carga recebida por meio do terminal paranaense no primeiro quadrimestre de 2010.
De acordo com informações do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Porto de Paranaguá recebe 52% de toda a matéria prima para a produção de adubos do Brasil. Desde janeiro, foram desembarcados mais que o dobro de fertilizantes que o Porto de Rio Grande (cerca de 605 mil toneladas), no Rio Grande do Sul, e quase quatro vezes mais que o Porto de Santos (445 mil), em São Paulo.
A expectativa das quatro empresas operadoras que atuam com este tipo de carga em Paranaguá – Harbor, Rocha Top, Forte Solo e Fospar – é que até o fim do ano sejam movimentadas sete milhões de toneladas de produtos como uréia, cloreto de potássio e nitratos. O gerente da Harbor Halysson, Leandro da Silveira, diz que a empresa está otimista com a retomada da economia mundial depois da crise do ano passado e com as melhorias feitas no porto nos últimos anos. “Os investimentos em infraestrutura e equipamentos garantiram agilidade e rapidez ao processo de retirada da carga dos navios e o transporte para os armazéns. Foram essenciais as obras de concretagem das ruas de acesso e da faixa portuária, a instalação de mais balanças de pesagem, o cadastro online de entrada de caminhões, além da maior segurança e controle de acesso”, diz.
Entre os fatores destacados pelos usuários que tornam o porto umas das principais portas de entrada de fertilizantes está a eficiência logística. Para o gerente da Fertipar, Laertes Feldmann, o Porto de Paranaguá tem modais integrados. “Os produtos exportados e importados podem sair daqui e chegar ao destino final via rodovias e ferrovias, intercalando as duas. Assim, o produto deixa o Paraná com destino ao Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás”, salienta.
Outra vantagem, de acordo com o executivo, é a diferença tarifária. Um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que a diferença de valores para a movimentação, descarga e baldeação de granéis, por exemplo, chega a 158% na comparação entre o Porto de Paranaguá (R$ 1,70 por tonelada) e o Porto de Rio Grande (R$ 4,40 por tonelada).
Já o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Mario Lobo Filho, reforça a logística criada com a exportação de grãos e importação de fertilizantes. “Paranaguá é hoje o porto do agronegócio brasileiro, ainda que tenha se consolidado como importante ponto para movimentação de contêineres, congelados e veículos. Estamos entre os líderes nacionais em exportação de grãos e isto garante uma vantagem financeira que é o frete de retorno”, frisa.