Previsão é de movimentar 150 milhões de litros de álcool e 180 mil toneladas de açúcar por ano, tirando 200 caminhões por mês das estradas brasileiras
A Ferrovia Centro-Atlântica fechou, no final de novembro, novos contratos com a Bunge, para o transporte de álcool e de açúcar a partir da usina de Santa Juliana, em Minas Gerais. Com a mudança da movimentação destes produtos do modal rodoviário para o ferroviário, a operação permitirá que 200 caminhões deixem de rodar nas estradas brasileiras todos os meses. “Negócios como este são o motivo de termos conseguido um salto de produtividade esse ano, com um aumento de faturamento que ficará entre 10% e 15% sobre o de 2008”, aposta Fabiano Lorenzi, diretor Comercial da FCA.
Assim como no caso da ampliação do contrato com a Multigrain, realizado em outubro, os recentes acordos exigirão a utilização de 135 novos vagões, a serem adquiridos pela MRC – Mitsui Rail Company, de fabricante ainda desconhecida, e locados à Bunge para o transporte de seus produtos na malha da FCA. Nas entressafras, os vagões serão redirecionados para as operações de grãos da própria produtora agrícola. Também se faz necessária a construção de um ramal ferroviário, de três quilômetros, ligando a saída da usina à malha da concessionária, na altura do município de Uberaba (MG), que já está em andamento.
O contrato para o transporte de álcool tem duração inicial de dois anos e não tem uma meta fixa de volume estipulada. “No entanto, com base na capacidade de produção da Bunge, calculamos que a média fique em 150 milhões de litros por ano, quantidade que seria suficiente para abastecer três milhões de carros flex no mesmo período”, contabiliza o executivo. As operações com o combustível começaram imediatamente, com um primeiro carregamento de 3,7 milhões de litros, distribuídos em uma composição de 62 vagões, que saíram da usina de Santa Juliana com destino a Betim (MG), Vitória e Paulínia (SP).
Já o acordo para a movimentação de açúcar, com duração de cinco anos a princípio, prevê volumes específicos: serão 150 mil toneladas no primeiro ano, cuja safra começa no primeiro trimestre de 2010, e outras 180 mil toneladas nos quatro anos restantes. “Esse contrato deverá alterar o mapa do açúcar brasileiro, aumentando a participação mineira em um cenário que quase todos os produtores se encontram no estado de São Paulo”, acredita Lorenzi.