O acordo vai elevar em 50% o volume transportado pela produtora agrícola na ferrovia, que hoje é de 800 mil toneladas de grãos por ano
A Ferrovia Centro-Atlântica ampliou o contrato com um de seus principais clientes, elevando em 50% o volume que transporta hoje para a Multigrain: de 800 mil toneladas por ano para 1,2 milhões de toneladas anuais. O acordo é válido por cinco anos e visa já à próxima safra, de março de 2010, procurando desafogar em parte o gargalo logístico que atinge o agronegócio do país. Até lá serão feitos os investimentos devidos, tanto em capacidade da malha ferroviária quanto na aquisição de novos vagões graneleiros e modernização de locomotivas.
A operação envolve, sobretudo, milho e soja originados nas unidades da Multigrain em Goiás e no Mato Grosso, que juntos contribuem com 750 mil toneladas anuais de grãos; em Minas Gerais, com 250 mil toneladas; e na Bahia, com 200 mil toneladas. O ponto de embarque principal da produção é o Terminal Intermodal de Pirapora (MG), inaugurado este ano em parceria entre a Vale, a FCA e o governo do estado. Os grãos são destinados à exportação via TPD – Terminal de Produtos Diversos, no Complexo portuário de Tubarão (ES).
Sem especificar valores, a FCA informa que seus investimentos serão direcionados para incrementar a infraestrutura da ferrovia, aumentando sua capacidade. Os terminais serão ampliados para receberem trens maiores e os pátios serão reformados para conferir agilidade às composições.
Serão necessários ainda 300 vagões graneleiros, cuja aquisição junto à Randon foi feita pela japonesa MRC – Mitsui Rail Capital, que serão alugados para o transporte da produção da Multigrain na Ferrovia Centro-Atlântica. Só a compra dos equipamentos, modelo hopper com capacidade para 112 metros cúbicos de carga, exigiu aporte de R$ 55 milhões segundo a fabricante de implementos. A entrega dos vagões será feita em lotes com início já em dezembro e concentração no primeiro trimestre do ano que vem, a tempo de atender a safra de março.
Mas os benefícios gerados pela ampliação da operação vão além do aquecimento do agronegócio e da indústria ferroviária brasileira. Segundo cálculo da FCA, o escoamento destes 1,2 milhões de toneladas mensais de grãos por trem vai tirar das estradas nacionais cerca de 2,3 mil caminhões a cada trinta dias, gerando alívio também no modal rodoviário.