Referência na Europa, operador italiano que veio para o Brasil para atender à Fiat Powertrain começa a prospectar novos segmentos
A Villanova Logística, ligada ao grupo Bonzano, abriu sua filial brasileira em outubro de 2007 para dar seqüência à operação da FPT – Fiat Powertrain Technologies que começa ainda na Itália, com a embalagem e conteinerização de peças que serão enviadas para a planta da montadora em Betim (MG).
A Villanova do Brasil decidiu implantar, já no início das operações no país, as primeiras melhorias de processo. Para tanto, uma equipe dedicada de especialistas italianos veio da matriz para unir-se à estrutura brasileira nos primeiros meses de operação. A equipe era composta por engenheiros logísticos, responsáveis operativos e especialistas em TI com experiência em contratos da Villanova com Grupo Fiat na Itália e na Polônia. O resultado desse esforço veio na melhoria dos níveis de serviço – cujos patamares atingiram os 99,9% – e eficiência operacional, com redução de 30% na estrutura e aumento de 40% na capacidade de atendimento.
No âmbito da gestão de recursos humanos e equipamentos, foi dada uma atenção particular. Para os primeiros, foi implementada uma política de capacitação e valorização que privilegiava recursos internos, inclusive lideranças, que foram formadas nos conceitos Villanova. Para os equipamentos, foi posto em prática um programa de conservação e manutenção preventiva baseado em controle, cobranças e recompensas que permitiu, após 18 meses de uso, que os veículos industriais apresentassem um custo de manutenção 50% inferior à media de mercado.
A revisão do processo logístico envolveu também as embalagens de destinação à linha, que foram reprojetadas e atualizadas de forma a atender a conceitos de programa específico do cliente, baseados no Lean Manufacturing (Manufatura Enxuta). A Villanova trouxe especialistas em projetos de embalagens e desenvolveu e implementou soluções que permitiram reduzir a quantidade de material na linha e melhorar as condições de qualidade das peças, através da implementação de embalagens-padrão.
“De lá para cá, a empresa conquistou clientes em outras áreas de atuação que fazem parte da expertise da matriz, alcançando um faturamento de R$ 5 milhões em 2008”, comemora Marcello Prioglio, diretor da companhia, sem especificar quais são as áreas e clientes.
A operação da FPT é in-house e movimenta cerca de 25 mil caixas por mês. “Nós descarregamos os matérias na planta, mudamos as embalagens quando necessário, fazemos picking, armazenamos e abastecemos a linha de montagem.” enumera Prioglio, sobre a primeira fase da operação. Na pós-produção, a Villanova faz ainda a gestão das embalagens vazias, retira o produto pronto da linha de montagem, leva para o cliente e realiza o inventário. “Neste caso, os produtos são motores e transmissões fabricados pela FPT e fornecidos à Iveco, CNH e outros clientes que não pertencem ao Grupo Fiat”, esclarece o executivo.
“Conduzimos esta operação com base nos conceitos de Lean Manufacturing e, com isso, conseguimos aumentar o espaço de armazenagem dentro da fábrica, ao mesmo tempo em que praticamente dobrou sua capacidade produtiva”, afirma o diretor da Villanova, revelando que o número de linhas de montagem na planta passou de três para cinco.
Em novembro de 2008, a Villanova inaugurou um CD em Sete Lagoas (MG), que opera em regime de Armazém Geral, possui 2.500 metros quadrados de área armazenável e é todo coberto por sistema wi-fi, para atender às indústrias da região.
Perspectiva
Embora não esteja apostando em metas de faturamento devido à crise, que a obrigou a reduzir pela metade o número de funcionários no início do ano, a empresa está otimista em relação à melhora do cenário econômico. Há previsão de investimentos também na área de transportes.