Operadora incrementa volume de transportes de autopeças para o Mercosul com o início da operação LineHall para a GM e Renault. Hoje, são 750 carregamentos por mês
Desde que começou a realizar operações rodoviárias porta-a-porta no transporte de autopeças para a Scania, na Argentina, em 1998, a ALL Intermodal, braço rodoviário da empresa, passou a avaliar a possibilidade de intensificar os carregamentos nesse trecho e abrir uma nova frente de negócios, para cobrir rotas no Mercosul. Com a modernização do serviço em 2005 essa atividade ganhou destaque na empresa.
Segundo Gabriel de Lima Salgado, gerente da Unidade Automotiva da ALL, inicialmente, a operação era apenas uma atividade complementar que a operadora realizava para a montadora naquele mercado, totalizando 120 carregamentos por mês. Porém, as carretas sempre retornavam praticamente vazias, não havia fretes de retorno para tornar a rentabilidade mais atrativa. “Para solucionar esse problema e obter resultados, foi necessário reunir empresas com necessidades afins, afinal nossa cliente desembolsava o frete integralmente e isso poderia ser cotizado com outros embarques”, explica.
A solução foi contatar outras empresas como a GM, Renault e Saint Gobain Sekurit que toparam aderir à iniciativa. O crescimento mais significativo foi possível graças ao início da operação LineHall para a GM e Renault. O volume da montadora americana passou de 40 carregamentos em dezembro de 2007 para 300 no mesmo mês de 2008. Além disso, somaram-se aos resultados as operações de milk run e transferência de peças automotivas que a ALL faz para a Scania, Renault e Saint Gobain. Hoje, o incremento do serviço alcançou um volume de 750 carretas embarcadas mensalmente – número recorde.
Com essa sinergia de empresas com interesses comuns a produtividade dos caminhões aumentou, tornando os fretes mais compatíveis com a jornada que cumprem. Hoje, a frota de caminhões conta com 200 unidades multimarcas, das quais 50% são próprias e a outra metade dos cavalos-mecânicos reforçada por agregados – todos os implementos são da operadora. “Optamos por carretas-baú siders rebaixadas, pois 98% de nossos carregamentos correspondem mais a volumes do que peso. Assim podemos ganhar em capacidade volumétrica e otimizar ainda mais o desempenho dos veículos”, explica Salgado.
No caso Scania, a pioneira, nesse serviço porta-a-porta a movimentação no trecho Argentina-Brasil ainda é maior do que no sentido inverso. “Isso diz respeito aos carregamentos de caixas de câmbio da fábrica de San Miguel de Tucuman, na Argentina. No caso da GM e Renault os maiores transportes saem daqui para a Argentina”, comenta Salgado. Já, a Saint Gobain, supre a indústria automotiva com vidros.
Mas a possibilidade de expandir esse negócio está nos planos da ALL. “Com a nova estratégia, foi possível segmentar a estrutura e atingir um nível de serviço que permite buscar novos negócios. Hoje, estamos posicionados como um dos principais players do setor e pretendemos triplicar a operação nos próximos três anos, não somente focados em cargas no setor automotivo e sim em todos os setores do Mercosul. Temos espaço para crescer e uma base sólida para investimentos que nos permitem continuar crescendo mesmo ao meio de toda crise”, afirma o executivo.
Além disso, o mercado ficou com um vão neste segmento de transporte de autopeças para o Mercosul, devido à saída da Ryder, que fazia 2.500 carregamentos por mês, atendendo empresas como Iveco, Fiat, Toyota e Ford. “Nossa estratégia é crescer em 500 carregamentos a mais em apenas três meses, suprindo as necessidades de outras montadoras”, planeja Salgado. Hoje, a atividade rodoviária representa 10% do negócio e em 2009 esse número sofrerá um incremento de 15%.
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