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FedEx detalha plano de integração com Rapidão

Companhia diz que processo será transparente para os clientes e garante transição sem traumas
Por Redação em 30 de julho de 2012 às 7h00 (atualizado em 02/08/2012 às 14h41)

Menos de um mês após concluir a aquisição do operador logístico brasileiro Rapidão Cometa, no último dia 4 de julho, a FedEx Express detalhou à Tecnologística seus planos para o processo de integração com a empresa, com quem já mantinha uma parceria há 11 anos para atendimento ao mercado doméstico. De acordo com o presidente regional da Divisão América Latina e Caribe (LAC) da FedEx, Juan Cento, a investida é parte da estratégia de crescimento global da empresa, que visa adquirir conhecimento local nos mercados em que atua.

“Quando a FedEx foi criada, o objetivo era conquistar o mercado norte-americano, do qual nós hoje somos líderes. A partir dos anos 1980, a empresa começou sua expansão mundial, sempre visando os principais mercados industriais do mundo e tendo como foco os serviços de transporte aéreo expresso internacional. Hoje, diversificamos este portfólio por meio das empresas que fomos adquirindo ao longo do tempo. É o que está ocorrendo agora com o Rapidão Cometa no Brasil”, explica. “Hoje, a FedEx oferece um portfólio amplo, com atividades logísticas, transporte terrestre, aéreo e marítimo, desembaraço, e importação e exportação”, complementa.

Ele lembra que as duas empresas já tinham uma parceria, pela qual o operador logístico ficava responsável pelos serviços de transporte aéreo e terrestre e de logística no mercado interno, e a FedEx respondia pelo desembaraço e transporte internacional. “Nada muda nesta configuração. Os serviços continuarão sendo executados da mesma forma e pelas mesmas pessoas, só que agora sob o nome FedEx”.

Após a aquisição, 100% da diretoria do Rapidão passou para a FedEx e o diretor-presidente do operador logístico, Américo Pereira Filho, assumiu os cargos de vice-presidente da FedEx Express dentro da Divisão LAC e de presidente da FedEx Express Brasil.

Pereira Filho destacou que a aquisição é um passo importante dentro de um processo de evolução da parceria entre as empresas, tempo em que o Rapidão pôde absorver a cultura e os valores da FedEx, que, segundo ele, já eram muito semelhantes. “Nós sempre nos espelhamos na forma de trabalhar da FedEx, tanto que constantemente levávamos nossos executivos para Memphis, onde está o hub da empresa, para absorver um pouco dessa filosofia.”

FedEx detalha plano de integração com Rapidão
Fedex-interna

O presidente da FedEx Brasil também frisou que a transição será sem traumas, visto que as duas empresas têm portfólios de serviços muito complementares e com quase nenhuma sobreposição. “Por isso, continuaremos a trabalhar da mesma maneira, cada uma dentro de sua expertise. E o quadro de funcionários não será reduzido; ao contrário, acreditamos que, com o crescimento da economia e de nossas operações, haverá muitas oportunidades para os profissionais.” A FedEx passará a contar com cerca de dez mil funcionários no Brasil com a aquisição.

Juan Cento informou que o processo até a fusão total das operações deve levar entre 18 e 24 meses, e que o nome Rapidão Cometa deve desaparecer. “Apesar de o Rapidão ser uma empresa de 70 anos de mercado e extremamente respeitada, acreditamos que a marca FedEx tenha mais força internacional e que seja mais adequada ao momento de globalização pelo qual a economia brasileira está passando. E como o Rapidão já usava a marca FedEx, não haverá confusão no mercado.”

Sobre os planos da empresa no País, Cento afirmou que serão feitos todos os investimentos necessários para reforçar a posição da empresa no mercado e continuar a crescer, mas não falou em números. Da mesma forma, ele disse que a frota e as estruturas logísticas crescerão de acordo com as necessidades, porém sem adiantar novos veículos ou centros de distribuição. A companhia conta, internamente, com a estrutura do operador logístico, composta por cerca de 770 veículos, 45 filiais operacionais e aproximadamente 145 pontos de distribuição.

Hoje, a FedEx tem como hub principal no Brasil o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), onde a carga é consolidada para a distribuição interna ou para a exportação. A distribuição é feita principalmente pelo modal rodoviário, em grande parte com estrutura própria do Rapidão e através de parceiros, ou via aérea, para mercados mais distantes como Porto Alegre e Manaus. Esta configuração também será mantida, de acordo com os dois executivos.

Compromisso

O presidente da divisão LAC descartou a possibilidade de a FedEx fazer novas aquisições no País, visto que o Rapidão já possui a cobertura geográfica e o portfólio que a empresa necessita para atender ao mercado. Pereira Filho complementou dizendo que esta foi uma preocupação da empresa nos últimos anos. “Procuramos nos expandir geograficamente e ampliar nossa gama de serviços, e hoje conseguimos competir em todas as áreas. Cada vez mais os clientes estão preferindo atuar com o menor número possível de provedores de serviços logísticos – de preferência, com apenas um – que possam suprir todas as suas necessidades. É isso que buscamos oferecer.”

Quanto à decisão de fazer um investimento tão importante num momento delicado da economia global, Juan Cento afirmou que isto demonstra o compromisso da FedEx com o Brasil. “Estamos comprometidos com este mercado porque sabemos do seu potencial e das oportunidades que oferece. O Brasil é a sexta economia mundial e está realmente inserido no contexto global. Hoje, comparamos o País às maiores economias e seu crescimento continua sendo muito interessante, mesmo não sendo de dois dígitos.”

Já para Américo Pereira, o momento é de celebração. “O investimento de uma empresa como a FedEx no Brasil, dentro do atual contexto mundial, demonstra o reconhecimento do potencial e do amadurecimento de nosso mercado. O setor logístico brasileiro mudou muito e acredito que vá continuar evoluindo, sendo cada vez mais composto por empresas sérias e que competem através de nível de serviço. A entrada da FedEx vem ao encontro dessa evolução, e ela deverá contribuir com seu conhecimento e tecnologia, mas respeitando as particularidades locais. Todo o setor logístico brasileiro deve ficar satisfeito, pois é sinal de que o mercado está se profissionalizando cada vez mais.”

Em 2011, o Rapidão Cometa apresentou um faturamento de mais de US$ 550 milhões, enquanto as receitas anuais da FedEx somaram US$ 42 bilhões. A empresa não revelou o valor da transação.

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