A Mercosul Line fechou, no início deste mês, contrato com a Sadia, para fazer a cabotagem de carne branca e margarina do Porto de Paranaguá até às regiões Norte e Nordeste. Artur Bezerra, diretor da armadora, afirma que ainda não foi informado se o contrato, com duração inicial de um ano, vai envolver também os produtos Perdigão – agora que ambas as marcas se fundiram. “Mas estimamos que, eventualmente, isso acabe acontecendo sim”, aposta o executivo.
O transporte de 75% do volume de cargas refrigeradas da Sadia será feito nos recém-adquiridos navios da Mercosul Line, cujo embandeiramento aconteceu no mês passado. “A meta é movimentarmos 70 mil toneladas por ano para a fabricante de alimentos, que já era um dos maiores clientes do nosso grupo controlador, o A.P. Moller – Maersk. Isso deve dar aproximadamente três mil contêineres de 40 pés anualmente”, calcula Bezerra. A operação conta com uma saída semanal, de Paranaguá, e vai desembarcar cerca de 80% da carga no Porto de Suape (PE) e os 20% restantes entre os portos de Pecém (CE) e Manaus (AM). O primeiro embarque, de 14 contêineres de 40 pés, aconteceu esta semana.
O diretor da Mercosul Line comemora especialmente este contrato, porque vê nele um indicador real de que mais segmentos da economia têm aderido à cabotagem. “Muitos setores que se utilizavam tradicionalmente do modal rodoviário estão agora optando pela navegação comercial graças a importantes fatores, como a economia, a redução de sinistros, a pontualidade e até a menor emissão de poluentes na atmosfera”, justifica, completando que “é a vez do setor frigorífico se beneficiar dessa tendência”.