Durante a Intermodal 2015, a Brado Logística anunciou uma nova operação prevista para iniciar no primeiro trimestre do ano que vem, unindo os modais fluvial, ferroviário e rodoviário. A novidade ligará a Zona Franca de Manaus a São Paulo, maior centro consumidor do país, ao mesmo tempo em que permitirá o envio de insumos para a indústria manauara e também de itens de consumo que não são produzidos no Norte brasileiro.
O desenho da operação prevê a utilização de barcaças da Zona Franca até Belém, caminhões da capital paraense até o terminal intermodal da Brado em Imperatriz (MA), e trens na Ferrovia Norte-Sul (FNS) até o Porto Seco de Anápolis (GO). Dali, as cargas seguem novamente de caminhão para distribuição em São Paulo.
O percurso só será possível devido à habilitação como Operador Intermodal Ferroviário (OFI) requerida pela Brado junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que permite que a empresa opere em malhas ferroviárias que não estão sob sua concessão. Isso porque o trecho de 1.600 km da malha ferroviária que liga Imperatriz até Anápolis pertence à VLI e à Valec.
“Há muito potencial na Norte-Sul e ficamos gratos em conseguir realizar este projeto. Queremos ser o primeiro operador intermodal ferroviário a atuar no modelo de concessão horizontal no Brasil”, afirma Alan Fuchs, presidente da Brado. “Não é fácil ser pioneiro, mas estamos, junto com as próprias concessionárias, criando um modelo que seja capaz de funcionar operacionalmente para o transporte de carga geral”.
A Brado anunciou ainda investimentos da ordem de R$ 150 milhões na nova operação, destinados à construção de um novo terminal em Imperatriz e à aquisição de carretas, vagões double stack, que carregam contêineres empilhados, e contêineres de 50’ – normalmente são utilizados contentores de 40’ no Brasil – com o objetivo de maximizar a capacidade de transporte de carga. “Queremos operar com alto nível de serviço, muita eficiência e racionalidade”, explica Fuchs.
A previsão inicial é movimentar 14 mil contêineres na FNS em 2016, com duas frequências por semana de Imperatriz a Anápolis e no sentido contrário. Até 2018, a expectativa da Brado é movimentar 37 mil contêineres por ano no trecho.