O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, entregou ao prefeito de Santos (SP), Paulo Barbosa, e à prefeita do Guarujá (SP), Maria Antonieta de Brito, na semana passada, o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/Rima) para a construção do túnel submerso ligando os dois municípios. Na ocasião, também foi apresentado o traçado definitivo do túnel e as intervenções viárias que serão feitas nas duas cidades.
O orçamento total do empreendimento é de R$ 2,4 bilhões, sendo R$ 962 milhões para as obras do túnel, R$ 506 milhões para as obras viárias em Santos, R$ 532 milhões no viário do Guarujá, R$ 362 milhões para desapropriações e reassentamentos, R$ 78 milhões para projetos e R$ 15 milhões para compensações ambientais.
O túnel tem como objetivo articular o transporte entre os dois municípios, reduzir o tempo de circulação de veículos, eliminar gargalos no trânsito entre as duas cidades e contribuir para a diminuição do consumo de combustíveis e a emissão de gases poluentes.
A Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), que será responsável pelo gerenciamento da obra, entregou o EIA/Rima na Cetesb no último dia 28 de agosto e a expectativa é de que a licença prévia seja emitida até março de 2014 e a de instalação em julho de 2014. Já a previsão de início das obras é julho de 2014, com prazo de execução de 44 meses.
Atualmente, a ligação entre Santos e Guarujá é feita pela rodovia Cônego Domenico Rangoni (SP 055), com 43 km de extensão, e pelas balsas das Travessias Litorâneas da Dersa. Com o túnel submerso, o trajeto será percorrido em cerca de 1 minuto, superando filas de espera na balsa e o longo percurso rodoviário.
O túnel será composto por seis módulos de concreto pré-moldado, que serão construídos em uma doca seca localizada no Guarujá. Finalizados, irão por reboque flutuando até o local onde serão submersos. Após a imersão, cada elemento é encaixado e fixado aos anteriores, formando o túnel. A estrutura terá 762 metros de extensão, 950 m de rampas e cerca de 4,5 km de obras viárias em superfície e em viadutos. Quando pronto, interligará os bairros de Macuco, em Santos, e Vicente de Carvalho, no Guarujá.
A escolha do túnel já havia sido anunciada pelo governador após um extensivo estudo de alternativas conduzido pela Dersa em 2011. O local selecionado para a travessia seca demonstrou ser aquele que reunia o maior número de benefícios conjuntos para atender as demandas de automóveis, caminhões, bicicletas e pedestres.
Benefícios
Com a nova ligação seca, deixarão de ser percorridos nos deslocamentos entre os dois municípios 25 milhões de km/ano por veículos de transporte de carga e 20 milhões de km/ano por carros de passeio. Haverá uma economia de 2,5 milhões de horas/ano gastas no trânsito. O ganho ambiental é representado pela redução de 72 toneladas/ano nas emissões de monóxido de carbono e 3,2 t/ano de material particulado. Haverá, também, diminuição de 18,4 mil t/ano de dióxido de carbono lançado na atmosfera.
Com faixas para veículos e espaço exclusivo e fechado para bicicletas e pedestres, o projeto também permitirá a passagem do VLT quando o projeto for concluído e dará acesso ao futuro aeroporto metropolitano e ao terminal rodoviário de Vicente de Carvalho.
O túnel submerso oferece uma grande contribuição à mobilidade urbana, refletindo-se significativamente na melhoria das condições de deslocamento de trabalhadores entre Santos (região de atração de empregos) e Vicente de Carvalho (de onde provem a mão-de-obra) e com efeitos positivos para a mobilidade em toda a Região Metropolitana da Baixada Santista.
A demanda atual na movimentação entre as áreas mais imediatas das duas margens do canal, em dias úteis, supera a 40 mil pessoas e a movimentação de caminhões chega a 1.900 veículos por dia.
Próximos passos
A Dersa abrirá, no próximo dia 16 de setembro, duas centrais de relacionamento (uma em Santos e outra em Guarujá) para prestar informações à população, disponibilizar consultas ao EIA/Rima e ao traçado do projeto. Ainda em 2013, duas audiências públicas (uma em cada município) serão marcadas pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) para discutir o licenciamento ambiental.