ALL e Klabin inauguram terminal multimodal

Localizado em Lages, empreendimento escoará a produção para o Porto de Paranaguá e Mercosul. Estado de São Paulo faz parte da estratégia

A América Latina Logística (ALL) e a Klabin inauguraram ontem, 16 de maio, o Terminal Multimodal de Lages (SC). O empreendimento exigiu investimento de R$ 6 milhões e será responsável por escoar a produção das fabricas da Klabin de Otacílio Costa e Correia Pinto (SC) para o Porto de Paranaguá, Argentina e Chile. A infra-estrutura já está montada. O local possui um armazém com capacidade para duas mil toneladas e um terminal de contêineres apto a acomodar 50 unidades de 40 pés. Ao todo, dez funcionários irão operar cerca de 20 vagões por dia.

O diretor de Negócios Idustrializados da ALL, Alexandre Campos, conta que o local exigiu uma série de modificações para atender à nova demanda. “Reformamos a antiga estação de trem para receber os caminhões carregados com bobinas de papel e fazer o transbordo para os vagões. Além disso, construímos um terceiro trilho que permite a manobra dos trens sem impedir o fluxo na via principal”, diz. Campos calcula o investimento nessas melhorias em R$ 1 milhão.

Os vagões utilizados no transporte foram especialmente desenvolvidos para o transporte das bobinas. Mais largo e mais alto que os convencionais, o vagão carrega um peso médio de 42 toneladas, contra as usuais 28 toneladas. “A carga é montada na vertical para evitar avarias nos produtos”, conta Campos, informando que R$ 5 milhões foram gastos no desenvolvimento e aquisição dos 35 vagões que serão utilizados na operação em Lages.

O diretor calcula que o volume inicial exportado será de 120 mil toneladas por ano – 60 mil toneladas terão como destino Paranaguá. Campos ressalta, porém, que o terminal tem capacidade para exportar até 240 mil toneladas por ano. Vale ressaltar que, para o transporte até Paranaguá, as bobinas serão acondicionadas nos vagões. Para Argentina e Chile, serão utilizados contêineres.

Na operação de exportação para o Mercosul, os contêineres serão carregados nas fábricas de Santa Catarina e transportados por caminhão até Lages. No terminal, serão transbordados para as composições ferroviárias, que seguirão para o Terminal de Zarate, na Argentina, onde serão colocados novamente em caminhões para serem entregues aos clientes finais.

O atendimento ao estado de São Paulo também faz parte da estratégia das companhias com a inauguração. Atualmente, a Klabin distribui sua produção no estado utilizando o modal rodoviário. “Na terceira fase do projeto, começaremos o transporte das bobinas de papel pela ferrovia”, anuncia Campos. O diretor não estipulou, contudo, uma data para o início dessas operações.

O diretor industrial das unidades de papéis de Santa Catarina da Klabin, Sadi de Oliveira, afirma que a inauguração não diminuirá o uso do transporte rodoviário. “Como o terminal fica a cerca de 50 quilômetros das fábricas, os caminhões são fundamentais”, diz. O executivo ressalta, entretanto, as vantagens do trem. “Além de ser mais econômica, a via férrea nos permite evitar as estradas até o Porto de Paranaguá em períodos de maior movimento, como o desembarque da soja, por exemplo”.

Já o gerente de supply chain da Klabin, Aldo Bastos, comemora a redução dos custos com logística. “Os benefícios podem ser percebidos no aumento da capacidade de transporte e na diminuição do valor do frete, que deverá ser da ordem de 15%”, define. Hoje, as fábricas catarinenses da empresa exportam 12 mil toneladas por mês para o Mercosul.

Campos frisa que as iniciativas não param. O executivo revela que as duas empresas estudam aumentar os volumes de transporte ferroviário desenvolvendo, nos próximos dois anos, novas rotas.

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