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Setor naval de Manaus registra crescimento de 741% impulsionado pela demanda do agronegócio

Alta na produção de embarcações reforça papel estratégico da Zona Franca na logística de escoamento de grãos e na geração de empregos
Por Redação em 10 de abril de 2025 às 7h12
Setor naval de Manaus registra crescimento de 741% impulsionado pela demanda do agronegócio
Foto: Divulgação/CIEAM
Foto: Divulgação/CIEAM

O setor naval da Zona Franca de Manaus (ZFM) apresentou em janeiro um crescimento de 741% no faturamento em comparação ao mês anterior, conforme dados do Painel Econômico do Amazonas (PEA), elaborado pelo Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM). Em relação a janeiro de 2024, o avanço foi de 405%, consolidando o segmento como um dos mais dinâmicos da indústria local no início do ano.

O aumento expressivo é atribuído à demanda crescente do agronegócio no Centro-Oeste do país, especialmente pela safra de soja, que deve atingir um volume recorde de 164,4 milhões de toneladas em 2025, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Parte significativa dessa produção é transportada por balsas produzidas em Manaus, que utilizam as vias fluviais da Amazônia como rota de escoamento até portos com destino ao mercado internacional.

Atualmente, 14 estaleiros operam no polo naval manauara, com destaque para empresas como Bertolini e ERAM. Esses estaleiros produzem embarcações como balsas, empurradores e barcos de alumínio, voltados principalmente à navegação interior. As embarcações abastecem portos logísticos da região, como Super Terminais e Chibatão, além de atender a empresas de transporte marítimo como Aliança e CMA-CGM.

O presidente do CIEAM, Luiz Augusto Rocha, afirma que o desempenho do setor demonstra a capacidade de resposta da indústria amazonense às demandas logísticas do país. Para ele, “o polo naval da Zona Franca de Manaus mostra como a indústria pode responder com agilidade às demandas do mercado nacional, agregando inovação logística, geração de empregos e integração com o agronegócio do Centro-Oeste”.

De acordo com o coordenador da Área de Indicadores do CIEAM, André Ricardo Costa, que também é autor do estudo, o aumento da produção no início do ano reflete a sazonalidade da safra e a necessidade de disponibilidade de embarcações adequadas à logística fluvial. “A indústria naval de Manaus evoluiu de um setor periférico para um elo logístico estratégico, conectando o coração do agronegócio brasileiro às rotas internacionais de exportação. A sazonalidade da safra exige que as embarcações estejam prontas até janeiro, o que explica o pico de produção no início do ano”, destaca Costa.

O setor emprega diretamente mais de 2.700 trabalhadores. Parte significativa da força de trabalho é formada por profissionais sem experiência prévia no setor, que são capacitados por meio de programas de qualificação técnica, como os cursos de soldagem naval promovidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). A prática tem contribuído para a inclusão produtiva e para o fortalecimento do setor como gerador de renda qualificada na região.

Entre os principais produtos fabricados, destacam-se balsas para contêineres, para grãos sólidos (como soja e milho) e para grãos líquidos (como combustíveis). Essas embarcações são projetadas para navegar em condições fluviais específicas da Amazônia, inclusive durante os períodos de estiagem.

A estiagem prolongada registrada entre 2023 e 2024 impulsionou a necessidade de embarcações de menor calado, que operam com eficiência mesmo com baixos níveis dos rios. Esse cenário contribuiu para a aceleração das encomendas e para a ampliação das operações dos estaleiros.

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