Logística facilitada

Três grandes empresas do setor sucroalcooleiro do Estado de São Paulo – Crystalsev, Cosan e Nova América – acabam de se associar para criar o TEAS – Terminal Exportador de Álcool de Santos. Com inauguração prevista para entre abril e maio, o TEAS está instalado no novo Terminal Intermodal de Santos, para granéis líquidos, que ocupa área de 76 mil m² destinada ainda à movimentação e armazenagem de produtos químicos e óleos vegetais.

O objetivo da associação é garantir investimentos na infra-estrutura de armazenagem, transporte, embarque e desembarque de álcool combustível e, com isso, agilizar a logística para atender à crescente demanda mundial do produto, informa Paulo Francisco Costa, responsável pela área de Novos Negócios da Crystalsev. Em 2004, o Brasil exportou 2,3 bilhões de litros de álcool.

No primeiro ano de operações do TEAS, a expectativa é que passem pelo terminal 600 mil m³ do produto. Eles serão provenientes não apenas das três empresas associadas, mas também de outros usuários, como é o caso da Copersucar, que já assinou um contrato de longo prazo. A Crystalsev é uma empresa que comercializa açúcar e álcool de nove usinas paulistas, a Cosan é um dos maiores grupos produtores e exportadores de açúcar e álcool do Estado e a Nova América é outra grande usina sucroalcooleira. "Essas quatro empresas respondem por 80% da exportação de álcool combustível do porto de Santos", revela Costa.

O novo terminal privado vai centralizar a maior parte do volume de álcool movimentado por essas empresas. Até então, o produto era armazenado em vários terminais, no bairro da Alemoa, disputando espaço com outros tipos de granéis líquidos. "Com o TEAS, teremos maior controle sobre o espaço e a logística ficará facilitada", afirma Paulo Costa.

Para entrar em operação, o TEAS recebeu investimentos de US$ 11,5 milhões, aplicados na estrutura de armazenagem (quatro tanques para 5 mil m³ e dois para 10 mil m³) e na infra-estrutura de embarque e desembarque do produto. Está prevista também a construção de um desvio da via férrea, que fará conexão com os ramais provenientes do interior do Estado que têm acesso ao Porto, incluindo, assim, o modal ferroviário na logística de exportação do produto. "Hoje, apenas 10% do volume exportado chegam a Santos por ferrovia, mas a expectativa é elevar esse percentual para 50% em três anos", diz o executivo da Crystalsev. Para se ter uma idéia, para chegar por rodovia ao Terminal, os 600 mil m³ de álcool demandam nada menos que 20 mil veículos/ano. No prazo de um ano, serão feitos novos aportes visando dobrar a capacidade de armazenagem estática do terminal.