Vale assume a gestão logística da Ipiranga Petroquímica
Por Redação em
21 de julho de 2004 às 12h13 (atualizado em 02/05/2011 às 12h35)
Foi anunciada ontem, dia 20, uma parceria inédita no mercado de logística para a indústria petroquímica no Brasil. A Ipiranga Petroquímica, maior produtora brasileira de Polietileno de Alta Densidade (PEAD), matéria-prima utilizada por várias indústrias, está passando toda a gestão da logística de produtos acabados a partir de sua planta no Pólo Petroquímico de Triunfo (RS) para a Companhia Vale do Rio Doce.
Denominado Projeto Sedna, o contrato, com duração de três anos, foi firmado junto à Docenave, braço de cabotagem da CVRD, que já possuía estrutura completa na região Sul, agilizando o início das operações.
"A partir de agora, teremos um único interlocutor para toda a nossa logística" afirmou Eduardo Tergolina, diretor Comercial da Ipiranga Petroquímica (foto). As atividades de logística da IPQ já eram terceirizadas e, a partir de agora, a Vale administrará contratos de cerca de 40 fornecedores de serviços que fazem desde o ensacamento dos produtos na saída da produção até a entrega final ao cliente, passando pelos modais rodoviário, ferroviário e cabotagem, incluindo o gerenciamento de risco.
Juntos, eles somam valores da ordem de R$ 90 milhões e a IPQ espera, com a parceria, obter reduções de 5% ao ano nos custos logísticos e um incremento no nível de serviços entre 15% e 20%. Ao todo, a indústria movimenta cerca de 600 mil toneladas/ano, atendendo ao mercado nacional e externo, numa proporção de 70% e 30%, respectivamente. Além do PEAD, a planta de Triunfo produz Polietileno Linear de Baixa Densidade (PEBDL) e Polipropileno (PP).
De acordo com o diretor Comercial da petroquímica, o critério que pesou na escolha da Vale entre cinco concorrentes inicialmente e dois na reta final, foi a capacidade de desenvolvimento de ferramentas de gestão e a tecnologia de informação, além da confiança mútua e semelhança nas políticas.
"Queríamos um parceiro altamente especializado, que pudesse nos trazer reduções de custo ao longo da cadeia, além de maior controle das operações. Com isso , podemos nos focar em nossa especialidade, que é a produção, a pesquisa e o desenvolvimento de produtos, a qualidade e a comercialização de petroquímicos", afirmou o diretor.
Já para Carlos Ebner, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da CVRD e presidente da Docenave, a parceria tem importância estratégica por ir ao encontro da política de logística da Vale, de focar na gestão e na inteligência dos processos dos clientes.
"A IPQ foi um de nossos primeiros parceiros na gestão logística, com a adoção há cerca de três anos da ferramenta de gestão integrada desenvolvida por nós, chamada "Multivisibilidade". Agora, com este novo projeto, iremos participar do planejamento, execução e controle das operações logísticas da Ipiranga", ressalta Ebner.
Ele explica que o contrato prevê o desenho de um novo modelo logístico, a otimização e a seleção de provedores de serviços e o gerenciamento de todas as operações, incluindo o gerenciamento de risco.
Para ele, o desafio maior do Sedna são os indicadores de desempenho, definidos para o contrato com a participação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a partir de uma pesquisa de melhores práticas internacionais de quarteirização (gestão de terceiros). A cada mês, serão medidos vários itens para analisar e apontar melhorias.
Ebner explica que a Vale não assumirá os contratos de logística, que continuam com a petroquímica, mas sim sua gestão, sempre em concordância com a IPQ. Qualquer mudança terá de passar antes pelo crivo do cliente. Segundo ele, o contrato não impede a CVRD de prestar serviços para a IPQ, o que ela efetivamente já faz na cabotagem do Porto de Rio Grande para o Nordeste.
"Podemos até vir a participar mais, mas não é objetivo privilegiar nosso ativo logístico e sim buscar a melhor solução integrada para a Ipiranga, que deve ser aprovada por ambas", ressaltou o presidente da Docenave. O contrato permite ainda à Vale atender a outras empresas do setor petroquímico.
A parceria prevê o rateio, entre as parceiras, tanto do lucro obtido com as operações quanto dos eventuais prejuízos, numa proporção que foi definida em contrato e que ambas preferiram não divulgar.
Usamos cookies e tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência, analisar estatísticas e personalizar a publicidade.
Ao prosseguir no site, você concorda com esse uso, em conformidade com a Política de Privacidade.