O plano do governo de diversificar a matriz de transportes do País nos próximos anos é "mais que necessário", na opinião do presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, Geraldo Vianna, que participou ontem do IV seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, na Câmara dos Deputados. "Ninguém usa transporte rodoviário porque quer, mas porque não tem outro", afirmou.
De acordo com informações da Agência Brasil, nos próximos três anos, o governo pretende investir US$ 26,96 bilhões na malha de transportes nacional. Além de equilibrar a matriz e aumentar o transporte de cargas pelas ferrovias e hidrovias, outra idéia é levar a malha para as áreas de produção agrícola, com o objetivo de reduzir os custos de escoamento da safra.
"O Ministério dos Transportes tem de ser um instrumento de desenvolvimento do País, a serviço da agricultura, pecuária, comércio exterior. Tem de ser um gerador de emprego", disse o secretário-executivo do ministério, Keiji Kanashiro, durante o seminário. Para Geraldo Vianna, com a diversificação da matriz, os investimentos para as rodovias não podem ser abandonados. "É preciso cuidar do pouco que você tem de estrada", lembrou.
Nos últimos anos, segundo Vianna, os recursos destinados para melhoria da malha rodoviária foram ínfimos em comparação com outros países. Enquanto os Estados Unidos possuem 5 milhões de quilômetros de rodovias pavimentadas, o Brasil só tem 165 mil quilômetros.
O Plano Plurianual do ministério (2003 a 2007) prevê que as rodovias receberão a maior parcela dos recursos, 68,45%. Segundo Vianna, é necessária a manutenção de uma fonte permanente de recursos, como a Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico (Cide), o imposto dos combustíveis.