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Ultracargo assume a União Terminais

Por Redação em 18 de julho de 2008 às 14h35 (atualizado em 05/05/2011 às 15h29)

A aquisição contempla a incorporação de terminais portuários com berços de atracação e infra-estrutura em Santos, Rio de Janeiro e Paranaguá

Desde 1º de julho, a Ultracargo, unidade de negócio da Ultrapar, está com nova estrutura organizacional e se prepara para aumentar o foco em serviços logísticos integrados, após a compra de 100% das quotas da União Terminais, no início do mês passado. A iniciativa, que demandou um aporte de cerca de R$ 483 mil – valor sujeito a reajustes por conta de detalhes do contrato –, engloba terminais portuários em Santos (SP), Rio de Janeiro e Paranaguá (PR), permitindo a expansão da operação da empresa em portos, tanto na movimentação de sólidos como de líquidos. Com isso, a companhia passa a ter 520 mil m³ de capacidade instalada, somando todas as suas operações.

O executivo Ricardo Isaac Catran, diretor-superintendente da Ultracargo, garante que os negócios das duas empresas, somados, tornarão a Ultracargo a maior companhia de armazenagem de granéis líquidos da América do Sul, tanto em capacidade operacional como de investimento, aumentando significativamente o seu raio de cobertura geográfica no mercado. “Nossa previsão de receita para este ano, incluindo as operações da União Terminais, é de R$ 300 milhões”, enfatiza.

As metas são bem maiores, segundo o executivo. A aquisição favorece também a intenção da Ultracargo de se tornar o mais completo provedor logístico para granéis especiais do país, garantindo-lhe um melhor posicionamento no setor de agronegócios (biocombustíveis e óleos vegetais) e a abertura de perspectivas no segmento agroquímico. “A demanda por negócios em terminais portuários está muito forte. Para se ter uma idéia, em Santos, onde a companhia já mantém estrutura própria, somente a operação de produtos líquidos do porto cresceu o dobro do PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos cinco anos, puxada especialmente pelo etanol”, enfatiza Catran.

Numa visão geral do negócio, a Ultracargo incorpora terminais portuários com 149 mil m³ de capacidade para líquidos, além da possibilidade de expansão de mais 21 mil m³ em Santos, cuja movimentação em 2007 atingiu 1,7 milhão de toneladas, incluindo produtos químicos, óleo vegetal, combustíveis/lubrificantes e etanol. A receita da União Terminais no ano passado foi de R$ 65 milhões (EBITDA de R$ 31 milhões), dos quais 77% correspondem ao terminal de Santos, 15% ao do Rio de Janeiro e 8% ao de Paranaguá.

No caso do porto de Santos, a Ultracargo obteve ganhos de escala com o aumento de suas atuais cinco vias de acesso ao píer para mais oito, sem contar um berço adicional de atracação, além dos três existentes em Alemoa – todos com calado entre 11 e 12 metros. “Com algumas soluções de engenharia podemos reduzir em muito o tempo de escala dos navios, hoje estimado em 24 horas”, comenta. Ao todo, a estrutura integra terreno próprio de 89 mil m², oito dutovias, 115 tanques com capacidade para 102 mil m³, mais 21 mil m³ (com capacidade para agregar mais cinco tanques) –, cujas obras estão em andamento –, além da disponibilidade de expansão de mais 64 mil m³. Da movimentação, 43% correspondem a produtos químicos, 32% a combustíveis e lubrificantes e 25% ao etanol. “Em Santos, a Ultracargo ganha inúmeras vantagens, como a possibilidade de elevar a capacidade para 160 mil mil m³ e a de abrir perspectivas no segmento de agronegócio (fertilizantes), iniciando a atividade com carteira já formada”, comenta Catran.

No porto do Rio de Janeiro, a Ultracargo passa, com a aquisição dos negócios da União Terminais, a administrar o único terminal independente para a movimentação de líquidos naquele mercado. No local há um berço de atracação com calado de 12 metros, 24 tanques com uma capacidade de 17 mil m³ (potencial de expansão de mais oito mil m³) e quatro pipelines. O escoamento equivale a 77% de produtos químicos e 23% de lubrificantes. “Há um projeto para aumentar a capacidade de movimentação em 50%, porém isso depende de uma autorização que, provavelmente, ocorrerá em meados de agosto deste ano”, comenta.

Já em Paranaguá, a Ultracargo enfatiza sua decisão de atacar o segmento de agronegócio, a principal vocação daquele mercado. “A União Terminais possui 50% do capital social da União Vopak, que mantém um terminal para produtos químicos e óleos vegetais, com 25 tanques e capacidade para 60 mil m³, em contar uma disponibilidade de expansão de mais 30 mil m³”, confirma o executivo. No local, há dois berços de atracação, com calado entre 10 e 12 m, e três dutovias. Atualmente, 69% da movimentação do terminal correspondem a óleos vegetais e 31% a produtos químicos.

Crescimento vigoroso

Segundo Catran, atualmente a Ultracargo possui 21% do market share, o que a coloca na liderança da movimentação de granéis sólidos e líquidos. “Em curto prazo, pretendemos atingir 30%”. Essa confiança se justifica nas decisões que a empresa tem tomado, como a construção de novos terminais (em Santos e Montes Claros, MG), na implantação da tecnologia ERP-SAP, no desenvolvimento de uma área específica para prospectar negócios e na aquisição da Petrolog (empresa especializada em logística in-house), no ano passado, além de investimentos contínuos na capacitação interna. “Somos compradores”, ilustra o executivo, fazendo segredo para novidades que estão por vir.

Entre outras ações, a Ultracargo está com projetos de desenvolvimento de terminais de interior em cidades de São Paulo, como Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, e também no Mato Grosso, especificamente para a tancagem de etanol e biocombustíveis. A intenção é atuar junto a ALL, que tem obras de redesenho e modernização de malha nestes locais. Aliás, sempre que possível, o modal ferroviário terá preferência, devido à maior capacidade de movimentação dos produtos da empresa.

“Em Betim (MG) fazíamos a maior parte da operação pelo rodoviário há três anos. Desde então substituímos o modelo para o ferroviário, que nos permite dispor de área de estocagem mais avançada”, comenta Catran. O terminal de Aratu, BA, por exemplo, também tem acesso à malha ferroviária, tanto através da Vale como da ALL. Além das novas estruturas adquiridas com a União Terminais, a empresa mantém terminais próprios em Santos e Tatuí (SP), Camaçari e Aratu (BA), Suape (PE) e Montes Claros.

www.ultracargo.com.br

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