Companhia investirá 100 milhões de euros em frota, estruturas e tecnologias operacionais
Um ano e quatro meses após anunciar a aquisição do Expresso Mercúrio, a TNT informa que, a partir de hoje, a companhia assume a denominação TNT Mercúrio no Brasil. Até o final de 2009, toda a estrutura da empresa contará com a nova identidade visual. Segundo o presidente da empresa, Roberto Rodrigues, a estratégia de manter o nome Mercúrio às operações se deve ao fato de o mercado possuir uma forte identificação com a marca. Ele, porém, faz uma ressalva. “A tendência ao longo dos próximos anos é a de mantermos apenas o nome TNT”, afirma.
O executivo lembra que a compra da Mercúrio faz parte de uma estratégia global da companhia. Ele ressalta que a meta da TNT é crescer em mercados emergentes, como Brasil, Rússia, Índia e China, e tendo como foco a expansão das redes, tanto rodoviária quanto aérea. “A compra da Mercúrio nos abriu a possibilidade de criar malhas rodoviárias na América do Sul”, lembra.
Ativos
Rodrigues salienta que a mudança de nome é apenas umas das estratégias definidas pela empresa. Renovação e ampliação da frota, inauguração de um call center – num primeiro momento apenas para clientes das operações internacionais –, investimento em terminais e tecnologias operacionais são algumas iniciativas definidas. Para isso, garante, 100 milhões de euros serão aplicados na operação brasileira nos próximos dez anos.
A frota merece destaque com a aquisição, ainda neste ano, de 400 veículos. Destes, 300 serão caminhões de diferentes tamanhos e 100 unidades entre vans e semi-reboques. “Destes veículos 70% serão utilizados na renovação”, resume.
A melhoria das estruturas operacionais também faz parte dos planos. O presidente conta que, para 2008, a empresa focará as ações em três terminais, nas localidades de Recife, Fortaleza e Rio de Janeiro. Na capital pernambucana, a estrutura de três mil metros quadrados, que funciona desde o mês de abril, teve sua capacidade acrescida entre 30% a 40%. No Ceará, a previsão é a de que o terminal inicie as operações até o final do mês de maio. A estrutura teve seu tamanho dobrado e conta agora com cinco mil metros quadrados. Já no Rio de Janeiro, a expectativa é que as obras estejam concluídas até o final do ano e os clientes disponham de dez mil metros quadrados.
Para finalizar, Rodrigues garante que serão trazidos ao Brasil as tecnologias operacionais utilizadas pela empresa na Europa, Estados Unidos e Ásia. “Vamos ganhar em velocidade. Além disso, poderemos transmitir aos clientes todas as informações relativas à suas cargas”, define.
Internacional
A expansão da malha na América do Sul também já tem metas definidas. Hoje, a companhia realiza, ainda por meio de estruturas da Mercúrio, o transporte rodoviário de mercadorias provenientes do Brasil para Argentina, Chile e Uruguai. O objetivo, agora, assegura Rodrigues, é fomentar a troca de mercadorias entre os países sul-americanos, sem que a carga tenha como ponto de partida o Brasil. Expandir a operação para os demais países da região também faz parte dos planos. Neste caso, a nomenclatura utilizada será apenas TNT.
O presidente revela que a idéia da empresa é montar estruturas próprias nestes países sul-americanos. “Estamos trabalhando no mapeamento dos locais e estudando os processos regulatórios destes países”, conta. Hoje, apenas a Argentina, por meio do modal rodoviário anteriormente operado pela Mercúrio, responde por 40% de tudo o que é transportado pela América do Sul.
Vale lembrar que a TNT já atende Argentina e Chile, além de países localizados em outros continentes, por meio do modal aéreo, utilizando-se de aviões comerciais para o transporte dos itens. A idéia, contudo, é agregar à operação brasileira um vôo próprio. Para isso, lembra Rodrigues, é preciso que Brasil e Bélgica – país onde se localiza a estrutura aérea da TNT – firmem um acordo de cooperação. “Aguardamos apenas as licenças para obtermos a autorização de vôo”, diz.
Trata-se de um segmento com potencial para a TNT. Cálculos do executivo dão conta de que o internacional responde hoje por 8% do faturamento da companhia no Brasil. Segundo Rodrigues, se a malha rodoviária na América do Sul for consolidada e a rota intercontinental passar a ser feita com vôos próprios, a participação pode alcançar de 20 a 25% em cinco anos.
Perfil
A TNT Mercúrio fechou 2007 com 15% de participação no mercado de transporte expresso. “Nosso foco é obter de 20% a 25% dentro de cinco anos”, frisa. Ano passado, foram 85 milhões de volumes movimentados para quatro mil cidades de todo o Brasil. Seus 35 mil clientes são abastecidos por uma frota de 1.500 veículos próprios e dois mil terceirizados. Em suas 130 filiais e franquias instaladas por todo o território atuam sete mil pessoas.